16/06/2014
Cerca de mil pessoas formaram o desenho de um catavento na Praia de Botafogo, zona sul do Rio, símbolo de combate ao trabalho infantil em todo o mundo. A ação faz parte da campanha mundial da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e recebeu o apoio da prefeitura do Rio e de várias instituições que desenvolvem trabalhos sociais com crianças e adolescentes.
A coordenadora do Programa Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil (Ipec) da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Maria Cláudia Falcão, explicou que o Brasil foi escolhido para sediar a campanha por ser o anfitrião da Copa da Mundo. “É um momento especial, pois temos grande quantidade de turistas aqui. E, por uma coincidência muito grande, o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil é dia 12 de junho, dia da abertura da Copa, então antecipamos a campanha para chamar a atenção para esse problema que acontece em todo o mundo”, comentou ela.
Maria explicou que a ideia do catavento como luta contra a exploração de crianças surgiu a partir de uma campanha da OIT do Brasil que acabou sendo adotada pelos demais países. “É um brinquedo, o movimento dele gera energia que simboliza nossa luta contra o trabalho infantil e, além disso, esse catavento tem cinco cores que representam a diversidade de raça, de gênero e todos os continentes."
O estudante Pedro Gabriel Rodrigues Duarte, 14 anos, foi um dos voluntários que ajudaram a criar a forma do catavento. Para ele, nenhuma criança deveria trabalhar sem antes completar os estudos. “A criança deixa de fazer o presente dela para trabalhar antecipadamente e acaba lá na frente não tendo base nos estudos nem um bom emprego”, comentou ele.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra por Domicílios (Pnad) de 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia no Brasil 3,5 milhões crianças entre 5 anos e 17 anos em situação de trabalho infantil. A legislação brasileira permite o trabalho de adolescentes maiores de 16 anos ou a partir dos 14 anos, em situação de aprendiz.
“O problema aqui no Brasil é que mais de 80% das crianças que trabalham têm mais de 14 anos, mas a maioria não está trabalhando de maneira formalizada como aprendizes. Precisamos de um esforço maior para que essas crianças possam ser inseridas no mercado de trabalho de maneira formal e com todos os seus direitos assegurados”, explicou a coordenadora. Ela ressaltou, entretanto, que o Brasil é reconhecido internacionalmente por ter conseguido reduzir em 58% o número de crianças em situação de trabalho infantil em 20 anos.
Fonte: Agência Brasil
UGT - União Geral dos Trabalhadores