24/10/2023
As Centrais Sindicais Brasileiras repudiam veementemente a
atitude da General Motors (GM), que, em pleno sábado (21/10), demitiu
trabalhadores por e-mail e telegrama.
Em São José dos Campos e Mogi das Cruzes, a GM descumpriu
acordos de layoff firmados com os sindicatos, que garantiam a estabilidade no
emprego para todos das duas plantas. Em São Caetano do Sul a empresa realizou
os cortes de maneira unilateral, sem prévia negociação.
A montadora alega queda nas vendas, mas, contraditoriamente,
registrou aumento de 18,18% nas vendas brasileiras entre abril e junho de 2023,
na comparação com o mesmo período do ano passado, obtendo lucro líquido de 2,57
bilhões de dólares (R$ 12,94 bilhões), um aumento de 51,6% na comparação anual.
Demissão coletiva sem negociação prévia com os sindicatos,
contraria a legislação nacional. E os cortes realizados pela GM no Estado de
São Paulo são injustificáveis.
Isto posto, as Centrais Sindicais abaixo-assinadas apoiam a
greve unificada por tempo indeterminado, iniciada na segunda feira (23/10) e
pedem o cancelamento dos cortes.
Para reverter as demissões e garantir os postos de trabalho,
os três sindicatos buscam negociação com a montadora e reivindicam intervenções
imediatas do Governo Federal, do Ministério do Trabalho, do Governo do Estado
de São Paulo e do Ministério Público do Trabalho.
Registramos também que os metalúrgicos da GM no Estado de
São Paulo contam com apoio mútuo dos trabalhadores e trabalhadoras da montadora
nos Estados Unidos. Em greve há mais de um mês, os operários norte-americanos
lutam por aumento de salário e melhores condições de trabalho. Naquele país,
movimento é liderado pelo UAW (United Auto Workers).
São Paulo, 24 de outubro de 2023
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de
Trabalhadores)
Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Atnágoras Lopes, Secretário Executivo Nacional da CSP-Conlutas
Nilza Pereira, secretária geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor
Emanuel Melato, Coordenador da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da
Classe Trabalhadora
UGT - União Geral dos Trabalhadores