06/03/2014
O brasileiro já teve estabilidade no emprego. A conquista foi derrubada nos primeiros anos da ditadura, que impôs o Fundo de Garantia (FGTS), oferecendo um Termo de Opção a quem quisesse ficar com o sistema anterior. O trabalhador até queria. Mas o patrão só empregava quem assinasse o Termo.
A queda na estabilidade foi o ovo da serpente da rotatividade atual, que foi chegando, se consolidando até se tornar uma regra selvagem do mercado de trabalho.
Jovens – São as principais vítimas da rotatividade, prejudicando a economia e os cofres públicos. Estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, de 2013, aponta que 77% dos profissionais de 18 a 24 anos são afetados. Na faixa dos 30 aos 64 anos, o percentual é de 28%.
Antonio Augusto de Queiroz, do Diap, avalia: “É prejudicial para a economia como um todo. A alta rotatividade impede que se aprenda como funcionam os vários processos da empresa, o que afeta diretamente a produtividade”.
Bancários – Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) aponta outro efeito perverso: redução brutal de salários. Em janeiro, entre demitidos e admitidos, o saldo é negativo em 1.024 postos. Os demitidos ganhavam, em média, R$ 5.407,07. Os novos contratados entram com salário médio de R$ 3.443,22.
Seminário – Dieese e Ministério do Trabalho realizam, dias 11 e 12 de março, o I Seminário Rotatividade no Mercado de Trabalho – Diagnósticos e Propostas de Enfrentamento, em Brasília.
Estabilidade – As Centrais Sindicais colocam com destaque na Pauta Trabalhista Unitária o fim da demissão imotivada. O sindicalismo quer a implementação da Convenção 158 da OIT.
UGT - União Geral dos Trabalhadores