13/02/2014
Uma marcha de integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) terminou ontem em confronto com a Polícia Militar, tentativa de invasão de órgãos públicos e mais de 30 feridos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Uma sessão do STF (Supremo Tribunal Federal) chegou a ser suspensa por quase uma hora pelos ministros, que alegaram falta de segurança para continuar os trabalhos.
A marcha estava na programação do 6º Congresso Nacional do MST, que ocorre desde o início da semana na capital. Cerca de 15 mil pessoas participaram, segundo estimativas da Polícia Militar e dos organizadores.
A primeira confusão começou quando os manifestantes tentaram invadir o STF. Eles levavam faixas pedindo a reforma agrária e melhorias na educação, além de criticar o julgamento do mensalão.
Impedidos pelos seguranças e policiais, os manifestantes seguiram para o Palácio do Planalto com o objetivo de entregar uma carta de reivindicações à presidente Dilma Rousseff, criticada pelo ritmo mais lento de desapropriações na reforma agrária e que ontem comemorou os resultados do agronegócio em Mato Grosso --o MST elege o setor como vilão.
Ao chegar ao local, os sem-terra derrubaram as grades de proteção, mas foram contidos pela barreira de policiais que fazia a segurança.
Quando a situação se acalmou, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, desceu até o local e recebeu a carta de reivindicações --agilização da reforma e mais estrutura nos assentamentos.
"Eles têm que fazer pressão mesmo", comentou Carvalho. Segundo sua assessoria, Dilma receberá hoje integrantes do movimento.
Em nota, a PM diz que dos 30 policiais atendidos em hospitais, 8 ficaram ficaram feridos mais gravemente depois de serem atingidos por pedras, pedaços de pau e barras de ferro. À noite, todos foram liberados.
Dois integrantes do movimento também se feriram e um foi detido. Os sem-terra dizem que os policiais começaram a confusão ao impedir que eles utilizassem materiais, guardados em um ônibus, que seriam utilizados em performances teatrais.
Policiais usaram balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e armas taser, que imobilizam por meio de choques, para dispersar a multidão.
Durante o momento mais crítico do confronto, em frente ao Palácio do Planalto, havia 250 PMs fazendo a segurança do local, segundo o coronel Florisvaldo César, comandante do policiamento metropolitano. Alguns grupos foram encurralados pelos sem-terra.
Fonte: Folha de S.Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores