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A fraca recuperação econômica não chega ao emprego


28/01/2014

A fraca recuperação da economia mundial não foi capaz de conduzir a uma melhoria nos mercados de trabalho, com o desemprego global em 2013 chegando a quase 202 milhões, disse a OIT em um novo relatório.

 

Segundo o relatório Tendências Mundiais de Emprego 2014, o crescimento do emprego continua fraco, o desemprego continua aumentando – sobretudo entre os jovens – e um grande número de potenciais trabalhadores desalentados permanece fora do mercado de trabalho.

 

Muitos setores estão produzindo ganhos, mas estes são investidos sobretudo nos mercados de ativos e não na economia real, prejudicando assim as perspectivas de emprego no longo prazo.

 

A permanecer a tendência atual, serão criados 200 milhões de empregos adicionais em 2018. Isto é inferior ao necessário para absorver o número crescente de trabalhadores que ingressam no mercado laboral.

 

“O que necessitamos com urgência é repensar as políticas. Devemos intensificar nossos esforços para acelerar a geração de empregos e apoiar as empresas que criam empregos”, declarou o Diretor Geral da OIT, Guy Ryder.

 

Tendências Mundiais de Emprego: dados

·         O número de desempregados em nível mundial aumentou 5 milhões em 2013 e superou 202 milhões de pessoas, o que representa uma taxa de desemprego mundial de 6 por cento.

 

·         Cerca de 23 milhões de trabalhadores abandonaram o mercado em 2013.

 

·         Estima-se que o número de pessoas em busca de trabalho aumentará em mais de 13 milhões até 2018.

 

·         Cerca de 74,5 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos estão desempregadas. Isto representa uma taxa de desemprego juvenil de 13,1 por cento.

 

·         Cerca de 839 milhões de trabalhadores viviam com suas famílias com menos de 2 dólares diários em 2013.

 

·         375 milhões de trabalhadores viviam com suas famílias com menos de 1,25 dólar por dia em 2013.

 

O desemprego juvenil continua sendo uma grande preocupação

O relatório destaca a necessidade imediata de integras os jovens à força de trabalho. Na atualidade, cerca de 74,5 milhões de homens e mulheres com menos de 25 anos estão desempregados, uma taxa mundial de desemprego superior a 13 por cento, mais do que o dobro da taxa de desemprego geral em nível mundial.

 

Nos países em desenvolvimento, o emprego informal continua se prolongando e o ritmo das melhorias na qualidade do emprego está diminuindo. Isto significa que um número menor de trabalhadores está saindo da pobreza. Em 2013, o número de trabalhadores em situação de extrema pobreza – vivendo com menos de 1,25 dólar por dia – diminuiu somente 2,7 por cento em nível mundial, uma das taxas mais baixas da última década, com exceção dos anos imediatamente posteriores à crise.

 

A recuperação mundial dos mercados laborais está sendo freada por um déficit na demanda agregada. Em muitas economias desenvolvidas, as drásticas reduções do gasto público e o aumento dos impostos sobre a renda e o consumo impõem uma carga pesada sobre as empresas privadas e famílias.

 

Além disso, uma falta de coordenação estratégica entre as políticas monetárias e fiscais aumentou de maneira substancial a incerteza dos mercados laborais, com empregadores que frequentemente estão relutantes a contratar ou fazer investimentos a longo prazo.

 

A duração do desemprego prolongou-se de maneira considerável. Em alguns países como Espanha e Grécia, aqueles que procuram trabalho necessitam do dobro de tempo para encontrar um emprego do que antes da crise. Além disso, um número cada vez maior desses potenciais trabalhadores fica desalentado e sai da força de trabalho, o que produz uma deterioração e uma obsolescência das qualificações, bem como um aumento do desemprego por longo tempo, declarou Ekkhard Ernst, principal autor do relatório.

 

Tendências Mundiais de Emprego por regiões

·         Nas economias desenvolvidas e na União Européia, as condições do mercado laboral não mostraram nenhum sinal de melhora em 2013.

 

·         Nos países da Europa Central e Sudeste Europeu (fora da EU) e da Comunidade de Estados Independentes (ex-URSS), a diminuição do desemprego – que registrou seu ponto mais alto em 2009 – inverteu-se em 2013.

 

·         Na América Latina e no Caribe, o crescimento do emprego continuou sendo mais rápido que a expansão da população ativa.

 

·         Na Ásia Oriental, o crescimento do emprego manteve-se fraco, bem como o crescimento da força laboral.

 

·         No Sudeste Asiático e Pacífico, o emprego aumentou 1,6 por cento em 2013 e estima-se que superará o crescimento da população em idade de trabalhar durante os próximos anos.

 

·         No Sul da Ásia, os mercados laborais continuaram afetados pelas altas taxas de emprego informal na agricultura, onde os empregos são mal remunerados e carecem de proteção.

 

·         No Oriente Médio e Norte da África, o crescimento econômico em 2013 foi demasiadamente baixo para gerar oportunidades de emprego suficientes para uma população que cresce rapidamente. O desemprego nesta região continua sendo o mais alto do mundo.

 

·         Na África Subsaariana, as oportunidades de emprego remunerado são escassas e a taxa de emprego vulnerável, que chegou a 77,4 por cento em 2013, foi a mais alta registrada em todas as regiões.

 

“Quando se estima que 23 milhões de pessoas abandonaram a busca de trabalho, é imperativo que sejam implantadas políticas ativas do mercado laboral com maior vigor para enfrentar a inatividade e o desajuste de qualificações”, assinalou Ernst.

Uma mudança urgente rumo a políticas mais favoráveis para o emprego e um aumento da renda derivada do trabalho impulsionariam o crescimento econômico e a criação de emprego, afirma o relatório. É fundamental fortalecer os pisos de proteção social e promover a transição rumo ao emprego formal. Isto contribuiria também para apoiar a demanda agregada e o crescimento mundial.

 

Fonte: OIT

 


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