28/01/2014
Os funcionários do Rio estão promovendo um ato no dia 31 de Janeiro, sexta-feira às 08h da manhã na sede da Gomes Freire intitulado “Feirão das advertências e suspensões”
Sindicatos e Comissão de empregados enviam nota à direção da EBC denunciando práticas autoritárias de seus gestores. Em Janeiro, pelo menos 3 funcionários na sede do RJ receberam advertências sem que os mesmos tivessem chances de ampla defesa. As entidades reivindicam o cancelamento de todas as punições e a instauração de regras que prevejam sindicâncias nesses casos.
Para denunciar e protestar, os funcionários do Rio estão promovendo um ato no dia 31 de Janeiro, sexta-feira às 08h da manhã na sede da Gomes Freire intitulado “Feirão das advertências e suspensões”, os funcionários estão sendo convocados a levarem frutas e legumes para a atividade.
A Comissão de Empregados da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e os sindicatos dos Radialistas e Jornalistas do DF, SP e do RJ, vem a público denunciar práticas autoritárias e antidemocráticas da atual gestão da empresa. Este recurso busca por fim ao festival de advertências e suspensões sem direito à defesa e ao contraditório, em situações em que fica clara a intenção de “punir para dar o exemplo”, sem investigar e apurar as causas dos acontecimentos.
Estamos diante de um quadro generalizado de insatisfação e frustração que tem acarretado consequências graves como o adoecimento e pedidos de demissão de funcionários (as) com menos de um ano de casa. Em um mês, no Rio de Janeiro, por exemplo, pelo menos três pessoas foram advertidas e uma pessoa foi suspensa por três dias. Entre os casos mais graves, um jornalista foi suspenso por questionar o direcionamento de uma pauta, que não estava de acordo com os princípios da comunicação pública. Um radialista, vítima de assédio moral, também foi advertido por se manifestar contra precárias condições de trabalho às quais estava submetido.
Desde 2013 os empregados (as) da EBC convivem com uma clima de “punição como exemplo”. O problema chegou a ser um dos fatores relevantes para a decretação da greve nacional na empresa que se estendeu por 15 dias, no ano passado, sem que os métodos e práticas da gestão atual da EBC tenham sido alterados. Ressaltamos que todos(as) punidos são do quadro efetivo da empresa, repreendidos, na maioria das vezes, por gestores ocupantes de cargos comissionados.
Diante desta situação, reivindicamos que todas as punições só sejam passíveis de ser aplicadas depois de instaurada uma sindicância que assegure o direito à defesa, previsto na Constituição de 1988, e que todas as penas aplicadas sem esse procedimento até hoje sejam imediatamente canceladas. Essa medida se faz necessária não apenas para conter o abuso de autoridade, mas para identificar os verdadeiros motivos do “erro”, como forma de evitá-los futuramente.
É importante destacar que não temos ainda conhecimento de algum gestor que tenha sido advertido pelo desligamento de forma repentina de todos (as) estagiários (as) da empresa, por ocasião do vencimento de um contrato, sem que um novo procedimento tenha sido feito a tempo. Os contratos em vigor com esses colaboradores foram suspensos dia 14/01, sem nenhum aviso prévio e oficial, o que demonstra mais um descaso da EBC com sua política de pessoal.
Não podemos permitir que nenhuma gestão, sob pena de a comunicação pública ser prejudicada, continue punindo trabalhadores (as) sem o direito à defesa, sem investigar os acontecimentos, ignorando as verdadeiras causas dos problemas e a participação tanto da empresa, quanto dos funcionários.
Fonte: Brasil de Fato
UGT - União Geral dos Trabalhadores