UGT UGT

Filiado à:


Filiado Filiado 2

Notícias

Quase 27% dos ocupados não têm o fundamental completo


23/01/2014

Os novos dados do mercado de trabalho apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que quase um terço das pessoas ocupadas no Brasil não terminaram o ensino fundamental ou nem sequer têm algum nível de instrução. Por outro lado, a fatia da população empregada que concluiu o ensino superior corresponde a pouco menos de 15% dos trabalhadores.

 

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na sexta-feira, exibe dados trimestrais sobre emprego a partir de 2012. De lá para cá, a proporção de indivíduos na base inferior da pirâmide educacional diminuiu. Mas a situação continua a preocupar especialistas do ponto de vista da produtividade e do crescimento potencial do País, algo debatido incansavelmente por economistas.

 

De acordo com a Pnad Contínua, as pessoas de 14 anos ou mais que não tinham concluído o ensino fundamental respondiam por 26,9% dos 90,6 milhões de ocupados no segundo trimestre de 2013 (dado mais recente divulgado pelo IBGE). Já as pessoas que não tinham nível algum de instrução eram 5,4%. Os que concluíram o ensino superior, por sua vez, eram 14,9% dos ocupados no período.

 

"Basicamente, há duas consequências. Primeiro, a economia brasileira cresce pouco no longo prazo. Não é sustentável, porque a produtividade não aumenta. Além disso, contribui para a má distribuição de renda", afirma o professor da PUC-RJ e economista-chefe da Opus Gestão de Recursos, José Márcio Camargo.

 

"Um dos fatores preponderantes que compõem o Produto Interno Bruto (PIB) é o nível educacional", ressalta o economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria.

 

De 2004 para cá, o crescimento do mercado de trabalho se deu por eliminação de ociosidade, destacou o economista Douglas Uemura, da LCA Consultores. Hoje, com uma taxa de desemprego relativamente baixa, ele afirma que o avanço da economia resultará da ampliação da capacidade.

 

"Tem por onde crescer. Mas cada vez mais isso vai depender de produtividade", afirma. Ele ressalta, porém, que não basta investir em educação. "É preciso também avaliar a qualidade." A Pnad Contínua ainda não divulga dados por atividade. O IBGE pretende incluir esses dados na nova pesquisa, mas ainda não tem data definida.

 

Solução. A resolução do problema não é fácil. Segundo Camargo, alguns países tentam abreviar o caminho com a oferta de cursos técnicos de curta duração, mas o retorno é pequeno.

 

"Não conheço solução de curto prazo. É preciso haver enorme aumento do investimento no ensino público, principalmente na pré-escola e no ensino fundamental. Hoje, os investimentos são muito focados no ensino superior", afirma Camargo. "É preciso concentrar investimentos para evitar que a pessoa chegue à idade adulta com tão baixa qualificação."

 

O perfil dos ocupados é um retrato da situação educacional. As pessoas em idade de trabalhar (a partir dos 14 anos) que não têm o ensino fundamental completo são 31,6% do total, enquanto os que não têm nenhuma formação são 9,4%. Aqueles que têm nível superior completo são 10,7% das pessoas em idade de trabalhar.

 

Segundo o IBGE, os dados mostram que o nível de formação da mão de obra brasileira ainda é superior à média geral, pois a proporção dos que têm ensino superior e estão ocupados é maior.

 

Fonte: Estadão


Categorizado em: Geral,


logo

UGT - União Geral dos Trabalhadores


Rua Formosa, 367 - 4º andar - Centro - São Paulo/SP - 01049-911 - Tel.: (11) 2111-7300
© 2023 Todos os direitos reservados.