13/01/2014
O presidente do Uruguai, José Mujica , no domingo pediu que os países do Mercosul ponham um fim ao que ele considera “mentira institucional” a respeito de alguns mecanismos do bloco regional. Em declarações ao Canal 4 de Montevidéu , Mujica disse que o Mercosul deve "ajustar o jurídico" à sua realidade para resolver os problemas internos que impedem que as diferenças entre os membros sejam resolvidos institucionalmente.
Ele acrescentou que o "Mercosul tem um problema interno e precisa rever, revisar-se, ver o que deve seguir valendo e o que deve ser abandonado”.
"Nós temos sistemas jurídicos instalados para resolver nossas diferenças e conflitos que na realidade não funcionam e não podem ser aplicados. Seria melhor sermos sinceros, e se esses mecanismos não prestam, tratemos de construir outros que sejam flexíveis, que respondam melhor ao período que vivemos”, afirmou. "O que não pode continuar é numa espécie de mentira institucional, temos uma letra, mas vamos por outro caminho".
Em novembro, o Uruguai apresentou uma queixa ao Mercosul, composto também por Argentina, Brasil, Paraguai e Venezuela, logo após o governo argentino ter proibido a transferência de cargas em portos uruguaios. Montevidéu atribuiu a medida a uma represália argentina a decisão de autorizar o aumento da produção em uma fábrica de celulose, que no passado levou os dois países à Corte Internacional de Justiça em Haia.
O Uruguai sequer obteve resposta e o porto de Montevidéu registrou perdas milionárias.
"Muitas vezes, a diplomacia presidencial direta tende a substituir o que não funciona e que deveria funcionar, que é a diplomacia institucional acordada", disse Mujica.
UGT - União Geral dos Trabalhadores