06/01/2014
Os encargos com previdência e amparo ao trabalhador superaram as previsões oficiais e lideraram a escalada dos gastos do governo federal no ano passado, segundo dados preliminares ainda em análise na área técnica.
O maior estouro nas estimativas aconteceu no seguro-desemprego, cujos benefícios estavam orçados em R$ 23,2 bilhões no início de 2013. Até 28 de dezembro, já haviam sido autorizados desembolsos de R$ 29,9 bilhões.
Somados aos gastos do abono salarial, os programas de proteção ao trabalhador chegaram aos R$ 48 bilhões, contra R$ 43,1 bilhões no ano anterior, em valores corrigidos pela inflação.
Os pagamentos de aposentadorias, pensões e auxílios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) são a maior despesa da União: saltaram de R$ 330,6 bilhões para R$ 346,9 bilhões -para uma previsão de R$ 343,7 bilhões no Orçamento.
Os números finais serão ainda maiores, com a inclusão de pagamentos atrasados por ordem judicial.
Esses dados mostram que o governo Dilma Rousseff, além de sua propensão a elevar despesas, anda a reboque de gastos involuntários: não havia a intenção de aumentar tanto os gastos com aposentados e desempregados, os que mais subiram em valores absolutos.
O salário mínimo, que serve de base para os benefícios sociais, sofreu um reajuste moderado no ano passado, de 2,6% acima da inflação.
Já o desemprego se mantém nos menores patamares já medidos pela atual metodologia, iniciada em 2001.
O estouro das previsões mostra, além das deficiências de planejamento do Executivo, que o adiamento de reformas impopulares tem permitido abusos nos programas sociais.
No caso do seguro-desemprego, só no final do ano o governo decidiu procurar as centrais sindicais para discutir regras mais rígidas para a concessão do benefício. Não houve avanços visíveis desde então.
Na Previdência, o governo deixou de lado estudos para limitar as pensões por morte e fixar uma idade mínima para as aposentadorias.
Nos próximos dias, à medida que as contas de 2013 sejam atualizadas, o blog detalhará a evolução das despesas no governo Dilma.
Fonte: dinheiropublico.blogfolha.uol.com.br/
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