06/09/2022
Programa foi extinto em 2019 por Bolsonaro após avaliação de
que medida não servia mais para economia de energia
O governo do presidente Jair Bolsonaro avalia a volta do
horário de verão, encerrado em 2019. A possibilidade está sendo discutida no
Ministério de Minas e Energia e no Palácio do Planalto e, neste momento, há uma
tendência de retorno do instrumento usado durante décadas para economizar
energia elétrica. A decisão final, porém, caberá ao presidente.
No início do governo, coube a Bolsonaro a palavra final a
respeito do assunto, quando ele optou pelo fim do horário. Naquele momento,
houve uma avaliação técnica de que o horário não fazia mais sentido do ponto de
vista do setor elétrico.
A decisão sobre o assunto, porém, é política porque o
horário de verão mexe com hábitos de trabalho e de consumo de milhões de
brasileiros. Com o horário de verão, parte dos brasileiros adianta os relógios
em uma hora entre outubro e fevereiro.
A discussão sobre o horário de verão voltou porque o
Ministério de Minas e Energia pediu ao Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS) estudos sobre a política, depois de mudanças na forma como os brasileiros
consomem energia elétrica.
No passado, as pessoas e empresas eram estimuladas a
encerrarem suas atividades do dia com a luz do sol ainda presente, evitando que
muitos equipamentos estivessem ligados quando a iluminação noturna era
acionada.
Muita gente deixou de ter um horário tradicional de
trabalho, chegando em casa já à noite, ao mesmo tempo em que as lâmpadas
ficaram muito mais econômicas. Além disso, principalmente durante as tardes de
verão, o uso de equipamentos como o ar-condicionado foram intensificados.
Agora, o governo estuda se o cenário mudou principalmente
por conta do aumento da geração de energia solar. Com isso, a correlação entre
carga e consumo também teria se alterado.
Procurado, o Ministério de Minas e Energia disse que, tendo
em vista a competência legal para formulação e aprimoramento das políticas
públicas voltadas para o setor energético, “realiza constantemente estudos,
pesquisas e avaliações técnicas das medidas possíveis, de acordo com o contexto
energético vigente, a fim de manter a segurança energética e a modicidade
tarifária ao consumidor brasileiro”.
“Desta forma, ainda não há definição com relação às
implicações e implementação da referida medida”, afirma a pasta. O ONS não se
manifestou.
O horário de verão foi instituído no Brasil em 1931. O
objetivo era economizar energia. Com a luz solar por mais tempo durante o dia,
diminuía o uso de lâmpadas, chuveiro e outros aparelhos elétricos quando as
pessoas voltavam do trabalho.
Impacto no turismo
Porém, recentemente, mudanças de hábitos, como novos
horários de trabalho e o uso maior do ar-condicionado, o impacto do horário de
verão na redução do consumo de energia praticamente deixou de existir.
Segundo empresários do setor de turismo, o horário de verão
é um importante impulso aos negócios, sobretudo em cidades litorâneas.
Associações de bares, restaurantes e hotéis já reclamaram do fim do programa.
Fonte e Foto: O Globo
UGT - União Geral dos Trabalhadores