01/09/2022
Investimentos produtivos na economia brasileira têm alta de
4,8%, diz IBGE
O consumo das famílias, motor do PIB (Produto Interno Bruto)
brasileiro, cresceu 2,6% no segundo trimestre de 2022, em relação aos três
meses imediatamente anteriores. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira
(1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Já o consumo do governo recuou 0,9%. Em relação aos
investimentos, houve aumento de 4,8%.
O PIB total cresceu 1,2% no segundo trimestre no Brasil.
O consumo das famílias é o principal componente do PIB sob a
ótica da demanda -ou seja, dos gastos com bens e serviços. Responde por cerca
de 60% do cálculo do indicador no país.
"A alta do consumo das famílias está relacionada à
volta do crescimento dos serviços prestados às famílias, em decorrência dos
serviços presenciais que estão com a demanda represada na pandemia", diz a
coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Segundo ela, também houve crescimento do comércio, melhora
do mercado de trabalho, a liberação do saque emergencial do FGTS e a
antecipação do 13º de aposentados e pensionistas do INSS. "Tudo isso
impactou o consumo, apesar do aumento da inflação e dos juros", afirma
Palis.
O resultado do segundo trimestre reflete, em parte, o
cenário de retomada de atividades econômicas após o baque da pandemia. O
mercado de trabalho também gerou estímulo ao apresentar aumento da ocupação e
trégua do desemprego. A inflação elevada, por outro lado, dificulta uma
recuperação mais consistente do consumo.
Pressionado pela perda do poder de compra dos brasileiros, o
governo Jair Bolsonaro (PL) adotou medidas como a liberação de saques do FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e a antecipação do 13º de aposentados
no segundo trimestre.
INVESTIMENTOS
O IBGE também informou nesta quinta que os investimentos
produtivos na economia brasileira, medidos pelo indicador de FBCF (Formação
Bruta de Capital Fixo), subiram 4,8% de abril a junho, em relação aos três
meses imediatamente anteriores. A taxa de investimento foi de 18,7% do PIB no
segundo trimestre.
Segundo Palis, esse crescimento está ligado às atividades de
construção e de informação e comunicação.
"Nessa última atividade, o desempenho positivo está
especialmente relacionado ao desenvolvimento de software. Essa é uma das
atividades que foram menos impactadas pelos efeitos da pandemia, assim como o
setor financeiro, a agropecuária e a indústria extrativa."
O PIB sob a ótica da demanda contempla ainda exportações,
importações e consumo do governo.
As exportações caíram 2,5% no segundo trimestre, frente aos
três meses imediatamente anteriores. As importações avançaram 7,6% no mesmo
período.
Fonte e foto: Folha de São Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores