31/08/2022
A taxa de desocupação, que mede o desemprego no país, caiu
para 9,1% no trimestre encerrado em julho. Essa taxa representa uma queda de
1,4 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior, terminado em
abril. É o menor índice da série desde o trimestre encerrado em dezembro de
2015, quando também foi de 9,1%. Já o contingente de pessoas ocupadas foi de
98,7 milhões, um recorde na série histórica, iniciada em 2012. Depois de dois
anos, o rendimento real habitual voltou a crescer e chegou a R$ 2.693 no
trimestre.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD) Contínua, divulgada hoje (31) pelo IBGE.
O nível de ocupação (percentual de pessoas ocupadas na
população em idade de trabalhar) foi de 57%, queda de 1,1 ponto percentual (p.p.)
em relação ao trimestre anterior, encerrado em abril. Já com relação ao mesmo
trimestre de 2021, a redução é ainda maior: 4,1 p.p. "É possível observar
a manutenção da tendência de crescimento da ocupação e uma queda importante na
taxa de desocupação”, explica a coordenadora de Pesquisas por Amostra de
Domicílios, Adriana Beringuy.
Duas atividades influenciaram a queda do desemprego em
julho. Em “Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas”, houve
acréscimo de 692 mil pessoas no mercado de trabalho (3,7%) em comparação com o
trimestre anterior. Já no setor “Administração pública, defesa, seguridade
social, educação, saúde humana e serviços sociais”, o incremento foi de 648 mil
pessoas (3,9%).
“Essas duas atividades, de fato, foram destaques, mas cabe
ressaltar que nenhum grupo de atividade econômica apresentou perda de ocupação.
Ou seja, todos os setores adicionaram pessoas ao mercado de trabalho”, pontua
Beringuy. No que diz respeito ao confronto anual, com o tri encerrado em julho
de 2021, apenas o setor de “Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e
aquicultura” não apresentou crescimento na população ocupada.
Número de empregados sem carteira assinada chega a 13,1
milhões e bate recorde
O acréscimo de pessoas no mercado de trabalho também foi
disseminado quando observamos as categorias de emprego. Destaque para o número
de trabalhadores domésticos (5,9 milhões de pessoas), que subiu 4,4% frente ao
trimestre anterior e para o número de empregadores (4,3 milhões de pessoas), que
cresceu 3,9%. O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor
privado (exclusive trabalhadores domésticos) também subiu: 1,6% contra o
trimestre anterior, alcançando 35,8 milhões. Já a quantidade de trabalhadores
por conta própria foi de 25,9 milhões de pessoas, o que significa um
crescimento de 1,3%.
O número de empregados no setor público foi de 12 milhões,
aumento de 4,7% no trimestre. Por fim, o número de empregados sem carteira
assinada no setor privado bateu recorde da série histórica e chegou a 13,1
milhões de pessoas, um aumento de 4,8% em relação ao trimestre encerrado em
abril. A taxa de informalidade foi de 39,8% da população ocupada (contra 40% no
trimestre anterior e chegou a 39,3 milhões. Entre as pessoas sem ocupação, a população
fora da força de trabalho ficou estável em julho e foi de 64,7 milhões de
pessoas. Já a população desalentada caiu 5% e chegou a 4,2 milhões de pessoas.
Rendimento médio volta a crescer depois de 2 anos
A PNAD Contínua divulgada pelo IBGE mostra, ainda, que o
rendimento real habitual voltou a crescer depois de dois anos e chegou a R$
2.693 no tri encerrado em julho. “A última vez que houve crescimento
significativo foi há exatos 2 anos, no trimestre encerrado em julho de 2020”,
afirma Beringuy. Esse valor é 2,9% maior que no trimestre anterior, embora 2,9%
menor que no mesmo período de 2021. O aumento foi puxado pelo rendimento dos
empregadores (6,1%, ou mais R$ 369) dos militares e funcionário público
estatutário (3,8%, ou mais R$ 176) e dos trabalhadores por conta própria (3,0%
ou mais R$ 63). Os demais grupamentos não variaram. Já a massa de rendimento
real habitual foi R$ 260,7 bilhões, aumento de 5,3% frente ao trimestre
encerrado em abril e de 6,1% na comparação anual.
Mais sobre a pesquisa
A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento
da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil
corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores
trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de
coleta de mais de 500 agências do IBGE.
Em função da pandemia de Covid-19, o IBGE implementou a
coleta de informações da pesquisa por telefone a partir de 17 de março de 2020.
Em julho de 2021, houve a volta da coleta de forma presencial. É possível
confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via
Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do
entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante. Consulte os
dados da PNAD no Sidra.
Fonte e Foto: Agência IBGE
UGT - União Geral dos Trabalhadores