17/08/2022
Os lucros dos maiores bancos do país acumulam em média,
desde 1997, ganhos reais de 359% em relação à inflação acumulada. Isso
significa que o ganho médio das instituições financeiras superou em mais de
quatro vezes e meia a inflação no período. Os bancários, por sua vez, também
conseguiram chegar a acordos coletivos com reajustes acima da inflação nesse
mesmo o período. Mas o ganho real dos salários ficou em 126% – um terço do
ganho real dos lucros dos bancos. Os números são citados pela presidenta do
Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva.
Segundo Ivone, os resultados tornam o aumento real dos
salários e a melhora na fórmula de cálculo da participação nos lucros ou
resultados (PLR) prioridades da campanha nacional unificado dos bancários deste
ano. Porém, após 10 rodadas de negociação, completadas nessa segunda-feira (15),
ainda não há propostas apresentadas pelo setor patronal. “Além do aumento real
e PLR maior, consideramos também fundamental um aumento maior para os vales
alimentação e refeição. São itens que compõem a renda e muito afetados pela
inflação elevada dos alimentos”, afirma a presidenta do sindicato.
Metas x saúde
Nos últimos cinco anos, o número de afastamentos nos bancos
aumentou 26,2%, enquanto na média das demais categorias a variação foi de
15,4%. Segundo consultas feitas pelos sindicatos antes das negociações,
bancários relatam alta incidência de cansaço, fadiga e preocupação constante.
Além disso, apontam desmotivação e medo de “estourar”,
sintomas de distúrbios e lesões. Crises de pânico, insônia e consumo de
medicamentos de uso controlado também estão entre os problemas graves citados
pelos bancários na consulta.
Fonte e Foto: FEEB/PR
UGT - União Geral dos Trabalhadores