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MOVIDA 2013 - Trabalhar para viver, não para morrer


23/04/2013

23/04/2013

Nós trabalhadores e trabalhadoras, reunidos e representados em torno do MOVIDA - Movimento Catarinense em Defesa da Saúde, Segurança e Qualidade de Vida da Classe Trabalhadora, fundado em 2003, vimos expressar nossas reflexões, preocupações e exigências com relação à saúde e segurança da classe trabalhadora brasileira e catarinense. Acreditamos que o trabalho tem um papel fundamental na vida dos homens e mulheres, não apenas por ser fonte de seu sustento, mas também pelo fato de que é parte constitutiva e fundamental da identidade humana na sociedade.

O trabalho, ademais, é um importante fator agregador da sociedade e é através dele e nele que o ser humano se completa e se inter-relaciona. Além disso, ele permite que o ser humano se sinta útil, produtivo e valorizado, contribuindo para a manutenção da autoestima elevada e da auto-realização.

Porém, quando realizado sob condições inadequadas o trabalho pode ser um fato nocivo para a saúde física e mental, provocando doenças, incapacidade e até a morte. Diversos estudos têm descrito uma alta prevalência de doenças ocupacionais em trabalhadores de diversos setores, no Brasil e no mundo.

Os acidentes de trabalho, assim como as doenças profissionais, levam o trabalhador atingido e a sua família a um grande sofrimento e provocam enorme impacto sobre a produtividade do trabalho e a economia como um todo.

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que ocorrem cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho, com dois milhões de mortes por ano em todo o mundo.

Estatísticas sobre o assunto, embora raras, indicam que 5% do Produto Interno Bruto (PIB) sejam perdidos em decorrência de doenças e agravos ocupacionais, sendo que, nos países em desenvolvimento, este percentual pode chegar a 10%.

Se estimarmos que, no Brasil, este número está em torno de 5% PIB (uma estimativa modesta), isto representaria um custo econômico acima de R$ 220 bilhões anuais. Estudos científicos dos custos dos acidentes de trabalho indicam que estes números têm se multiplicado nos últimos anos.

O pior é que tão grave prejuízo social e econômico pode ser evitado, pois é decorrência direta de descaso, negligência e injustiça social. É claro que a medição dos prejuízos econômicos está longe de captar sequer uma parte do impacto emocional sobre o trabalhador e a sua família.

As recentes mudanças no mundo do trabalho que, dentre outras coisas, aumentaram muito a responsabilidade do trabalhador no processo produtivo e o próprio ritmo de execução do trabalho, têm piorado as condições de vida e saúde dos trabalhadores.

Estas mudanças no fator produção" ocasionam as Lesões por Esforços Repetitivos (LER´s) e um conjunto de enfermidades que congregam o grupo de Doenças Osteomusculares Relacionada ao Trabalho (DORT´s), desgaste mental com repercussões do sofrimento psíquico e, entre outras, as complicações ou associações psicossomáticas.

Durante o período de 2006 a 2008, segundo dados da Dataprev, houve o registro de 1.919.418 acidentes de trabalho no Brasil (Ministério da Previdência Social, 2008).

Já para o período de 2009 a 2011, houve um aumento dos acidentes de trabalho para 2.154.003 de pessoas (Ministério da Previdência Social, 2011).

A comparação dos coeficientes de acidente de trabalho no Brasil com o de outros países (tais como Finlândia, França, Canadá e Espanha) demonstra que o risco de morrer por acidente de trabalho no Brasil é cerca de duas a cinco vezes maiores que em outros países.

Entretanto, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde - OMS, na América Latina, apenas 1% a 4% das doenças do trabalho são notificadas (International Labour Office, 2006).

Em 2008 no Brasil ocorreram 747.663 acidentes de trabalho, 202.395 sem emissão da CAT, sendo que apenas 18.576 foram caracterizados como doenças do trabalho.

Já em 2011 no Brasil ocorreram 711.164 acidentes de trabalho, 172.684 (24,3%) sem emissão da CAT, sendo que apenas 15.083 foram caracterizados como doenças do trabalho.

No Estado de Santa Catarina o cenário é ainda mais alarmante. O estado ocupa o 1º lugar no Ranking Nacional de Acidentes de Trabalho por população, de acordo com o cruzamento de dados do Ministério da Previdência e do IBGE (2010), calculado pela subseção do Dieese na Fetiesc. Ou seja, de cada mil trabalhadores 7,64 deles foram vítimas de acidentes de trabalho.

Somente em 2011 foram registrados pela Previdência Social 45.930 acidentes de trabalho, sendo que em apenas 27.242 deles foram emitidas CAT - Comunicação por Acidentes de Trabalho.

Com este ato, os trabalhadores e trabalhadoras catarinenses desejam dar um basta às doenças e acidentes de trabalho. Denunciam as consequências dos problemas oriundos do Mundo do Trabalho e das Doenças Ocupacionais.

Basta de enriquecimento às custas do sofrimento físico, mental e psicológico da classe trabalhadora!

Lutamos pelo direito a um emprego digno, num ambiente de trabalho humano, seguro e saudável!

Queremos que o Estado fiscalize e puna rigorosamente as empresas que humilham, mutilam e desrespeitam as pessoas!

Queremos empresas executando políticas de prevenção e proteção às doenças e acidentes de trabalho!

Conclamamos a toda sociedade brasileira e catarinense para se mobilizar e mudar este quadro de mortes e mutilação em massa!

Por isso, exigimos imediatamente:

METAS GERAIS:

1. Implementar no Estado de Santa Catarina o Plano Nacional do Trabalho Decente, juntamente com a constituição da Secretaria do Trabalho


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