13/07/2022
O volume de serviços prestados no país avançou 0,9% na
passagem de abril para maio. É o terceiro resultado positivo do setor nos
últimos quatro meses, período em que acumulou ganho de 3,3%. No mês anterior,
houve recuo de 0,1%. Com o resultado de maio, o setor se encontra 8,4% acima do
nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 2,8% abaixo do ponto
mais alto da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), alcançado em
novembro de 2014. Os dados foram divulgados hoje (12) pelo IBGE.
Todas as cinco atividades investigadas pela pesquisa
acompanharam o resultado positivo. O gerente da PMS, Rodrigo Lobo, explica que
esse crescimento disseminado pelas atividades se tornou mais frequente pelos
efeitos da pandemia. “Antes de 2020, era bem mais raro ver as atividades
crescendo de forma simultânea. Isso tem relação com a base de comparação baixa
por causa dos efeitos das medidas de isolamento social, especialmente nos
serviços de caráter presencial. De lá para cá, com a redução das restrições,
essas atividades seguem em ritmo mais acelerado”, analisa.
O setor de transportes, com expansão de 0,9%, foi um dos que
mais impactaram o avanço dos serviços em maio. Com esse crescimento, o segmento
recupera uma parte da retração de 2,5% registrada em abril. No ano, os
transportes acumulam expansão de 14,9%.
“Os serviços de tecnologia da informação e o transporte de
cargas foram os motores que impulsionaram o resultado de maio. O transporte de
cargas, especialmente o rodoviário, além de atender à demanda do comércio
eletrônico e do setor agropecuário, também tem sido importante para o setor
industrial, notadamente os bens de capital e os bens intermediários, que são as
categorias de uso que operam acima do nível pré-pandemia”, explica Lobo. Ao
crescer 1,8%, o transporte de cargas atingiu o ponto mais alto de sua série
histórica, iniciada em janeiro de 2011.
Outro grande impacto no índice geral veio do segmento de
informação e comunicação, que, assim como o setor de transportes, também
avançou 0,9% em maio. Esse resultado é o terceiro positivo consecutivo da
atividade, acumulando crescimento de 3,4% nesse período. “Em maio, o setor de
tecnologia da informação cresceu 2,4%, também atingindo o maior patamar da sua
série histórica. As empresas desse segmento, como as de desenvolvimento de
aplicativos e as ferramentas de busca na internet, permanecem aproveitando as
oportunidades de negócio criadas a partir da pandemia, em que serviços como a
digitalização, as mídias digitais, as interfaces remotas de comunicação e o
armazenamento de dados em nuvem tiveram aumentos expressivos de demanda por
parte das empresas”, destaca o pesquisador.
O segmento de outros serviços, ao avançar 3,1%, recuperou
parte da perda de 3,0% registrada no mês anterior. “Esse setor é bastante
heterogêneo, reunindo, por exemplo, atividades de apoio à produção florestal,
imobiliárias e de conserto de automóveis. Mas as que têm um impacto maior
dentro desse setor são os serviços financeiros auxiliares, tais como
administração de bolsas, consultoria de investimento financeiro e corretoras de
títulos e valores mobiliários”, explica. O resultado de maio permitiu que o
setor de outros serviços voltasse a operar acima do nível pré-pandemia (+1,0%).
No caso dos serviços profissionais, administrativos e complementares, o aumento
de 1,0%, em maio, implicou na recuperação integral do revés verificado em abril
(-0,5%).
Com expansão de 1,9%, os serviços prestados às famílias
acumulam ganho de 8,1% nos três últimos meses. Mesmo com o avanço, esse
segmento ainda se encontra 7,0% abaixo do nível de fevereiro de 2020. “É o
único dos cinco setores investigados que ainda opera abaixo desse nível. Com a
diminuição das restrições, há uma procura maior por esses serviços de caráter
presencial, como restaurante e hotéis. Em um nível menor, há também uma busca
por atividades de condicionamento físico, como academias, por exemplo”, afirma
Lobo.
Na passagem de abril para maio, 16 das 27 unidades da
Federação acompanharam o movimento de crescimento. Entre elas, os maiores
impactos vieram de São Paulo (0,6%) e de Minas Gerais (3,3%), seguidos por
Santa Catarina (3,3%), Mato Grosso do Sul (5,3%) e Amazonas (3,7%). As
principais influências negativas vieram de Pernambuco (-3,1%), Rio de Janeiro
(-0,2%), Mato Grosso (-1,7%) e Paraná (-0,4%).
Serviços avançam 9,2% na comparação interanual
Frente a maio do ano passado, os serviços avançaram 9,2%, a
15ª taxa positiva consecutiva neste indicador. As principais influências sobre
o crescimento total vieram do setor de transportes, serviços auxiliares aos
transportes e correio (12,5%) e o de serviços prestados às famílias (39,0%).
Rodrigo Lobo explica que os resultados robustos apresentados
pelos serviços de caráter presencial ainda são reflexo do processo de
flexibilização das medidas restritivas e do avanço da vacinação, que vêm, com
isso, impulsionando paulatinamente a retomada do setor de serviços. “Mas não se
pode perder de vista o protagonismo apresentado pelos serviços voltados às
empresas, em especial, os serviços de tecnologia da informação e o transporte
de cargas”, avalia.
Os demais avanços entre as atividades vieram dos serviços
profissionais, administrativos e complementares (9,6%) e de informação e
comunicação (4,0%). A única taxa negativa do mês ficou com o setor de outros
serviços (-4,0%). Lobo destaca que, por ter sido pouco atingida pelos efeitos
da pandemia, essa atividade tinha uma base de comparação mais alta.
Atividades turísticas crescem 2,6% em maio
O índice de atividades turísticas cresceu 2,6% em maio. É o
terceiro resultado positivo consecutivo, período em que acumulou um ganho de
11,7%. Com as altas seguidas, o segmento de turismo se encontra apenas 0,1%
abaixo do patamar pré-pandemia.
“Esse é um aglomerado de 22 serviços que são mais correlatos
à atividade turística. Apesar de não ter superado o patamar de antes da
pandemia, é o ponto mais próximo que já atingiu. Isso também é uma consequência
da retomada das buscas por atividades presenciais”, destaca o gerente da
pesquisa.
Somente quatro dos 12 locais pesquisados acompanharam o
crescimento da atividade turística nacional. Entre os locais que mais contribuíram
para o resultado estão São Paulo (2,5%), Rio Grande do Sul (3,9%), Bahia (1,5%)
e Ceará (2,3%). Já Rio de Janeiro (-2,8%), Goiás (-9,6%), Paraná (-4,4%) e
Santa Catarina (-4,8%) recuaram na comparação com abril.
Volume de transporte de passageiros variou -0,3%
Quando comparado ao mês anterior, o volume de transporte de
passageiros variou -0,3% em maio, após ter acumulado um ganho de 27,2% entre
novembro do ano passado e o último mês de abril. Com o resultado, o segmento se
encontra 0,4% abaixo do nível pré-pandemia e 22,0% abaixo de fevereiro de 2014,
o ponto mais alto da série histórica. No mês anterior, o transporte de
passageiros superou pela primeira vez o patamar de fevereiro de 2020, mas em
maio voltou a operar abaixo desse nível.
“O transporte de passageiros mostrou uma ligeira variação
negativa em maio. Ele vinha crescendo nessa toada de aumento da mobilidade
urbana, no transporte dentro da cidade, no aumento dos voos, seja para viagens
a trabalho ou a lazer, mas sem ter o mesmo impacto de transporte de cargas”,
afirma Lobo.
O volume de transporte de cargas teve expansão de 1,8%,
acumulando crescimento de 13,0% desde outubro de 2021. É o maior nível da série
histórica desse segmento, que está 25,9% acima do nível de fevereiro de 2020.
Mais sobre a PMS
A PMS produz indicadores que permitem acompanhar o
comportamento conjuntural do setor de serviços no país, investigando a receita
bruta de serviços nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas
ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro,
excluídas as áreas de saúde e educação. Há resultados para o Brasil e todas as
unidades da Federação. Os resultados podem ser consultados no Sidra.
Fonte e Foto: Agência IBGE
UGT - União Geral dos Trabalhadores