27/06/2022
A prévia da inflação acelerou em junho para 0,69%, ficando
0,10 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada em maio (0,59%). O
subitem de maior influência na taxa do mês foi planos de saúde, que subiu 2,99%
e representou 0,10 p.p. no resultado de junho. O IPCA-E, que se constitui no
IPCA-15 acumulado trimestralmente, foi de 3,04%. Já no acumulado do ano, o
IPCA-15 tem alta de 5,65% enquanto nos últimos 12 meses, a taxa desacelerou
para 12,04%, abaixo dos 12,20% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Em junho de 2021, o índice foi de 0,83%.
Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados
apresentaram alta em junho. O maior impacto foi do grupo de Transportes, que
subiu 0,84%, uma desaceleração em relação a maio (1,80%). O grupo respondeu por
0,19 p.p. no índice geral. Já a maior variação foi do grupo Vestuário (1,77% e
0,08 p.p.).
Outro destaque é do grupo de Saúde e cuidados pessoais
(1,27%), que contribuiu com 0,16 p.p. no índice de junho, muito por conta dos
planos de saúde, que sofreram reajuste de até 15,50% autorizado pela Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 26 de maio, com vigência a partir de
maio de 2022 e cujo ciclo se encerra em abril de 2023. No grupo, influenciou
também a alta de 1,38% nos produtos farmacêuticos, com impacto de 0,05 p.p. no
índice do mês.
Voltando para Transportes, a desaceleração do grupo se deu
pela queda nos preços dos combustíveis (-0,55%), que haviam subido 2,05% em
maio. Embora tenha sido registrado aumento em óleo diesel (2,83%), o etanol e a
gasolina caíram 4,41% e 0,27%, respectivamente.
No lado das altas dos Transportes, destacam-se as passagens
aéreas (11,36%), o seguro voluntário de veículo (4,20%) e o emplacamento e
licença (1,71%). Também subiram de preço as motocicletas (1,66%), os automóveis
novos (1,46%) e os automóveis usados (0,12%).
Já a variação positiva do ônibus urbano (0,32%) fica por
conta do reajuste de 11,36% nas tarifas em Salvador (3,64%), em vigor desde 1º
de abril, mas que só foi repassado a partir de 4 de junho. No subitem ônibus
intermunicipal (1,34%), houve reajuste de 17% em Belo Horizonte (9,34%),
vigente desde 16 de maio, e de 11,85% em Salvador (3,66%), em vigor desde 10 de
junho.
No grupo Habitação, que havia registrado a única queda de
maio (-3,85%), a alta de 0,66% foi puxada pela taxa de água e esgoto (4,29%),
influenciada pelos reajustes aplicados em três áreas: de 20,81% em Belém
(11,41%), a partir de 28 de maio; de 12,89% em São Paulo (10,99%), a partir de
10 de maio; e de 4,99% em Curitiba (4,51%), a partir de 17 de maio.
Também colaborou para a alta o subitem gás encanado (2,04%),
consequência do reajuste de 9,16% em Curitiba (7,98%), a partir de 18 de maio,
e de 5,95% no Rio de Janeiro (3,28%), a partir de 1º de maio.
Ainda em Habitação, no lado das quedas, o destaque é energia
elétrica (-0,68%). A partir de 16 de abril, passou a valer a bandeira verde, em
que não há cobrança adicional na conta de luz. Desde setembro de 2021, estava
em vigor a bandeira Escassez Hídrica, com acréscimo de R$ 14,20 a cada 100 kWh
consumidos. As variações das áreas foram desde -3,42% em Brasília até 6,16% em
Recife, onde houve reajuste de 18,77% nas tarifas, válido desde 29 de abril. Em
22 de abril, foram aplicados reajustes tarifários de 24,23% em Fortaleza
(5,07%) e de 20,97% em Salvador (3,72%). Outro subitem que apresentou queda em
junho foi gás de botijão (-0,95%).
O grupo Habitação, inclusive, é o único com queda no
trimestre (-1,54%), puxado pelo resultado de maio (-3,85 %) influenciado pelo
item energia elétrica.
O grupo Alimentação e bebidas (0,25%) desacelerou após subir
1,52% em maio. O resultado teve influência dos alimentos para consumo no
domicílio, que saíram de 1,71% em maio para 0,08%. O subitem leite longa vida,
que havia subido 7,99% em maio, registrou 3,45% de alta em junho.
Além disso, houve quedas nos preços da cenoura (-27,52%), do
tomate (-12,76%), da batata-inglesa (-8,75%), das hortaliças e verduras
(-5,44%) e das frutas (-2,61%).
No campo de alimentação fora do domicílio, a alta também foi
menos intensa na passagem de maio (1,02%) para junho (0,74%), principalmente
por conta do resultado do item lanche, que registrou alta de 1,10%, frente à
variação de 1,89% no mês anterior. Já refeição (0,70%) apresentou resultado
acima do registrado em maio (0,52%).
Os demais grupos ficaram entre o 0,07% de Educação e o 0,94%
de Artigos de Residência.
Em termos regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta
em junho. A maior foi em Salvador (1,16%), especialmente por conta da gasolina
(4,25%) e do reajuste de 20,97% nas tarifas de energia elétrica (3,72%). Já a
menor alta foi em Belém (0,18%), influenciada pela queda nos preços do açaí
(-8,08%) e da gasolina (-1,70%).
Mais sobre a pesquisa
O IPCA-15 difere do IPCA, a inflação oficial do país,
somente no período de coleta e na abrangência geográfica. Para o cálculo do
índice de junho, os preços foram coletados no período de 14 de maio e 13 de
junho de 2022 (referência) e comparados com os vigentes de 14 de abril a 13 de
maio de 2022 (base).
O IPCA-15 refere-se a famílias com rendimentos de 1 a 40
salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas regiões
metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de
Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do
município de Goiânia. Veja os resultados completos no Sidra.
Fonte e Foto: Agência IBGE
UGT - União Geral dos Trabalhadores