10/06/2022
Categoria com 55 mil no Estado – 94% mulheres – as
nutricionistas sofrem triplamente a crise econômica e a inflação.
Elas também enfrentam o custo de vida; a crise dificulta as
negociações com o patronato; a inflação eleva o valor dos insumos da refeição,
levando à queda na qualidade do prato.
Consolação Machado Furegati, presidente do Sindicato da
categoria em SP, relata: “Estamos iniciando as campanhas salariais. No ano
passado, as negociações foram ruins, porque o patronato alegou problemas
ligados à pandemia”.
Pra este ano, salário e condições de trabalho pontificam na
pauta. A dirigente relata a situação: “Empresas variam produtos, cortam insumos
ou reduzem o bandejão e a nutricionista tem que se virar. Recebemos muitas
ligações, todo dia”.
SOBRECARGA – Outro problema é a redução de funcionários.
Consolação exemplifica: “Numa cozinha, a empresa corta um ou dois empregados. A
nutricionista tem que se desdobrar, desviar de função ou acumular tarefas”.
Outro exemplo: a empresa demite nutricionista de unidade menor e transfere as
tarefas para as profissionais de unidades maiores.
Nutricionistas também sofrem com a inflação dos alimentos. A
categoria tem direito a cesta básica de R$ 161,00 ou vale-refeição. “O valor
está defasado”, diz a sindicalista. Esse é um dos itens que emperram a
negociação.
O agravamento da crise piora as condições de trabalho e
eleva pressão sobre as nutricionistas. Tem profissional que, pra abastecer a
unidade de trabalho, se vê forçada a fazer compras com o próprio cartão de
crédito.
Com o agravamento da crise, a bandeja ficou mais pobre – sai
carne bovina, entra frango. “E estão utilizando muita carne moída, que é
péssima”, critica Consolação, para quem as profissionais “estão precisando
fazer mágica pra apresentar uma refeição decente”.
Fonte e Foto: Agência Sindical
UGT - União Geral dos Trabalhadores