02/06/2022
Terceirização preocupa e fere direitos dos bancários
O movimento sindical representado pela Comissão de
Organização de Empregados do Santander se reuniu nesta quarta-feira (1), com
representantes do departamento de Recursos Humanos do Banco. A reunião ocorreu
on-line e teve como temas centrais a Terceirização e o Banco de Horas.
De acordo com representantes dos trabalhadores, a reunião
seguiu em clima tenso devido à insistência do banco em seguir com a
precarização do emprego e a desvalorização do trabalhador. “Foi uma conversa
difícil, onde a representação do banco se mostrou irredutível na negociação,
uma vez que o banco insiste em seguir com a terceirização dos trabalhadores. A
posição preocupa muito, uma vez que direitos são reduzidos e a instabilidade é
ampliada”, explica Patrícia Bassanin, representante da Federação dos Bancários
dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, na COE Santander.
De acordo com a representante, a postura do banco reflete
uma política impositiva, antidemocrática e mercenária. O banco Santander
apresentou um lucro líquido recorrente de R$ 4.005 bilhões, com crescimento de
1,3% comparado ao primeiro trimestre de 2021. “Mesmo com alta no lucro, o banco
insistiu no fechamento de agências, na redução de empregos e dos direitos do
trabalhador. Sem contar o desrespeito e a quebra de acordo ao não ouvir a
representação sindical”, reforça Bassanin.
Terceirização
Durante a reunião, os representantes dos trabalhadores foram
surpreendidos mais uma vez com a informação de que o banco fará um novo
movimento que compromete a estabilidade profissional. Cerca de 250 bancários da
área de investimentos serão convidados a deixar o banco e virar sócio da
corretora Santander. “Ainda que o funcionário esteja no regime celetista, ele
passa a ser um corretor e não mais um bancário. A possível recusa destes
colegas já é motivo de preocupação, uma vez que o banco se mostra inflexível e
sem disponibilidade para negociar, o que reflete em insegurança na manutenção
de emprego”, explica Patrícia.
De acordo com o banco, a nova área contará com
aproximadamente 1.200 pessoas, sendo elas dos
de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Sul.
Banco de Horas
O Banco de Horas é outra pauta do debate. Questões sobre o
quadro de banco de horas, prazo de compensação e negociação também foram
debatidas. “O prazo para o cumprimento do banco de horas vence em agosto e
desde o início do ano temos buscado negociar a prorrogação desta data”,
explica.
Uma proposta foi apresentada pela COE Santander. Em reunião,
o banco apresentou uma contraproposta que foi devolvida pela COE por
considerá-la insuficiente. “Os bancários tem encontrado dificuldades para
compensar estas horas diariamente e estão longe de zerar esse saldo”, pontua
Patrícia.
O assunto deve retornar para mesa de discussão no próximo
dia 7 de junho em reunião que tratará exclusivamente da pauta.
Fonte e Foto: FEEB/SP-MS - Federação dos Bancários de São
Paulo e Mato Grosso do Sul
UGT - União Geral dos Trabalhadores