02/06/2022
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,0% no primeiro
trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre do ano passado. Esse
é o terceiro resultado positivo, depois do recuo no segundo trimestre de 2021
(-0,2%). O PIB, que é a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, chegou a
R$ 2,249 trilhões em valores correntes.
Com esse resultado, o PIB está 1,6% acima do patamar do
quatro trimestre de 2019, período pré-pandemia, e 1,7% abaixo do ponto mais
alto da atividade econômica do país, registrado no primeiro trimestre de 2014.
O nível está próximo do registrado no primeiro trimestre de 2015. Os dados são
do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais divulgado hoje (2) pelo IBGE.
O crescimento da economia foi puxado pela alta nos serviços
(1,0%), que representam 70% do PIB do país. “Dentro dos serviços, o maior
crescimento foi de outros serviços, que tiveram alta de 2,2%, no trimestre, e
comportam muitas atividades dos serviços prestados às famílias, como alojamento
e alimentação. Muitas dessas atividades são presenciais e tiveram demanda
reprimida durante a pandemia”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do
IBGE, Rebeca Palis.
Ainda dentro dos serviços, houve crescimento de 2,1% em
Transporte, armazenagem e correio. “Houve aumento do transporte de cargas,
relacionado ao aumento do e-commerce no país nesse período, e do de
passageiros, principalmente pelo aumento das viagens aéreas, outra demanda
represada na pandemia”, avalia a pesquisadora.
Por outro lado, a agropecuária recuou 0,9% no primeiro
trimestre. “Essa queda foi impactada principalmente pela estiagem no Sul, que
causou a diminuição na estimativa da produção de soja, a maior cultura da
lavoura brasileira”, destaca Palis.
Na Indústria, houve estabilidade (0,1%). O maior avanço nas
atividades industriais veio de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de
gestão de resíduos (6,6%) e a única queda foi das Indústrias Extrativas
(-3,4%). “Essa atividade puxou o resultado para baixo, e sua queda se deve
especialmente à produção de minério de ferro, que caiu bastante. Como a
Indústria da Transformação teve alta (1,4%) e tem bastante peso no grupo, isso
equilibrou o resultado da Indústria”, explica.
Consumo das famílias cresce 0,7%
O consumo das famílias cresceu 0,7% no primeiro trimestre,
enquanto o do governo ficou estável (0,1%). “No consumo das famílias, a demanda
também está relacionada aos serviços que são principalmente feitos de forma
presencial, como as atividades ligadas a viagens”, conta Rebeca Palis.
Já os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) caíram
3,5%. “Essa queda foi impactada pela diminuição na produção e importação de
bens de capital, apesar de a construção ter crescido no período”, explica. No primeiro trimestre, a taxa de investimento
foi de 18,7% do PIB, ficando abaixo da registrada no mesmo período do ano
passado (19,7%).
Agropecuária e Indústria caem na comparação interanual
Frente ao primeiro trimestre do ano passado, o PIB cresceu
1,7%. A agropecuária teve queda de 8,0% nessa comparação, resultado que pode
ser explicado pela diminuição na estimativa da produção de algumas culturas
cujas safras são importantes no primeiro trimestre, como a soja e o arroz.
A Indústria também teve queda (-1,5%) nessa comparação,
influenciada pelas retrações da Indústria da Transformação (-4,7%) e das
Indústrias Extrativas (-2,4%). O recuo da Indústria da Transformação foi
influenciado pela fabricação de máquinas e aparelhos elétricos, fabricação de
produtos de metal, fabricação de produtos de borracha e material plástico,
indústria moveleira e farmacêutica. Já as Indústrias Extrativas foram afetadas
pela queda da extração de minérios ferrosos.
Também frente ao primeiro trimestre do ano passado, os
serviços avançaram 3,7%, com alta na maior parte de suas atividades. Entre os
destaques estão Outras atividades de serviços (12,6%), que foram impactadas
pela retomada da demanda por serviços presenciais, Transporte, armazenagem e
correio (9,4%), Informação e comunicação (5,5%), Administração, defesa, saúde e
educação públicas e seguridade social (2,9%) e Atividades Imobiliárias (0,3%).
Duas atividades caíram no período: Atividades financeiras, de seguros e
serviços relacionados (-1,6%) e Comércio (-1,5%).
Sobre o Sistema de Contas Nacionais
O Sistema de Contas Nacionais apresenta os valores correntes
e os índices de volume trimestralmente para o Produto Interno Bruto (PIB) a
preços de mercado, impostos sobre produtos, valor adicionado a preços básicos, consumo
pessoal, consumo do governo, formação bruta de capital fixo, variação de
estoques, exportações e importações de bens e serviços. No IBGE, a pesquisa foi
iniciada em 1988 e reestruturada a partir de 1998, quando os seus resultados
foram integrados ao Sistema de Contas Nacionais, de periodicidade anual.
Fonte e Foto: Mundo Sindical
UGT - União Geral dos Trabalhadores