30/05/2022
Resultado representa 24,1% dos ocupados e corresponde a cerca
de 40% dos rendimentos totais
O estudo mostrou que há um predomínio nas ocupações potenciais
de trabalho remoto entre mulheres brancas entre 20 e 49 anos. Foto: Vinzent
Weinbeer/Pixabay
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada divulgou nesta
sexta-feira (27/05) um panorama do potencial de trabalho remoto no país. De
acordo com a análise, cerca de 20,4 milhões de pessoas encontram-se em
ocupações passíveis de serem realizadas de forma remota, o que representa 24,1%
do total de pessoas ocupadas no mercado de trabalho brasileiro no horizonte da
pesquisa.
O estudo mostrou que há um predomínio nas ocupações
potenciais de trabalho remoto entre mulheres (58,3%), pessoas brancas (60%),
com nível superior completo (62,6%) e na faixa etária entre 20 e 49 anos
(71,8%). Mais da metade desses trabalhadores em teletrabalho potencial
encontra-se na região Sudeste (que tem o maior percetual, 27,7%), seguida pela
região Sul, com 25,7%, e Centro-Oeste, com 23,5%. Nas regiões Norte e Nordeste,
o patamar é inferior, respectivamente de 17,4% e 18,5%.
Embora as pessoas em ocupações com potencial de serem
realizadas de forma remota representem 24,1% da força de trabalho, esses
trabalhadores são responsáveis por 40,4% da massa de rendimentos total. O
recorte por região mostrou que a maior contribuição para esse montante vem da
região Sudeste, puxada principalmente pelo estado de São Paulo, que tem 47,6%
do total de rendimentos efetivos gerados por pessoas em teletrabalho potencial.
O contingente e o percentual de teletrabalho potencial no
Brasil urbano supera o do Brasil rural. Ainda assim, haveriam cerca de 650 mil pessoas
em teletrabalho potencial no campo, o que corresponde a 6,4% do total de
ocupados na zona rural, conforme a tabela abaixo:
O Sudeste conta com o maior percentual de pessoas ocupadas
potencialmente em home office em ambas as zonas (29,2% urbana e 7% rural). Em
contrapartida, a região Norte, cujo contigente de teletrabalho potencial nas
zonas urbana e rural corresponde a, respectivamente, 20,5% e 4,9% do total de
ocupados, está no outro extremo. A região Nordeste, que apresenta o quarto
maior percentual de teletrabalho potencial na zona urbana (21,2%), salta para a
segunda colocação quando se observa a zona rural (6,7%).
O recorte por unidade federativa mostra que, enquanto o
Distrito Federal apresenta teletrabalho potencial de 37,8%, no Pará esse
percentual cai para menos da metade (15,3%). Em todas as unidades federativas,
as mulheres são maioria no teletrabalho potencial. Esse resultado é mais
acentuado em Roraima, Maranhão e Piauí, onde essa participação oscila entre 64%
a 66%. Por sua vez, Amapá, Santa Catarina e Ceará são os estados com resultados
mais equilibrados – participação feminina variando de 52% a 54%.
Em muitas UFs do Norte e do Nordeste, o percentual de
pessoas pretas ou pardas no teletrabalho potencial passa de 70%, com destaque
para o Amapá, onde o resultado foi de 80,5%. A exceção nessas regiões é o Rio
Grande do Norte, onde o percentual fica próximo de 50%. Em nenhum estado da
região Sul o total de pretos e pardos nessa situação é superior a 25%, com
destaque para Santa Catarina (10,1%). Já no Centro Oeste e em alguns estados do
Sudeste, a situação é intermediária: 60% e 46%, respectivamente, no Mato Grosso
e em Minas Gerais, por exemplo.
Ao analisar as regiões metropolitanas do país, a que mais se
destaca é a de Florianópolis, com cerca de 40,4% das pessoas ocupadas em regime
potencial de teletrabalho, apesar de Santa Catarina ser apenas o quinto estado
no ranking de teletrabalho potencial, com 25,4% das vagas de trabalho.
Fonte e Foto: Sintratel
UGT - União Geral dos Trabalhadores