30/08/2012
30/08/2012
Primeiro dirigente sindical do Brasil a usar a palavra no Fórum Internacional sobre Globalização Econômica e Sindical que esta sendo realizado em Pequim, na China, entre os dias 28 e 30 de agosto, Ricardo Patah, presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores - UGT, denunciou o sistema financeiro como o principal responsável pela crise econômico-financeira mundial que castiga os trabalhadores da indústria, da agricultura, do comercio, serviços privados e do setor publico e cria situação adversa para os países em desenvolvimento avançarem nas áreas da ciência, tecnologia, cultura saúde e educação, além de ampliarem o numero de miseráveis no mundo e evitar que se criem condições mínimas da dignidade da pessoa humana. O fórum conta com a participação de mais de 100 dirigentes sindicais de países em desenvolvimento.
O presidente da UGT, num discurso de 8 minutos, assistido pelos principais dirigentes do Governo chinês, lembrou que a crise econômica que afeta ate hoje o mundo , não foi um relâmpago em pleno céu azul, mas é continuidade histórica das crises recorrentes do próprio modelo financeiro que impôs ao mundo a única regra por ele aceitável: um mundo sem regras, sem fronteiras, sem regulação e sem Estado - salvo aquele Estado para salva-lo de suas irresponsabilidades alimentando sua fúria contra os trabalhadores.
Ricardo Patah lembrou que, para salvar a própria pele os banqueiros contam com a benevolência dos governos, que acabam promovendo arrocho salarial, corte de benefícios sociais, ataques as aposentadorias e as conquista s dos trabalhadores, injetando trilhões de dólares na orgia financeira e mandando a conta final para o povo pagar, através dos aumentos de impostos promovidos pelo Estado. Muitos Governos, aliados ao sistema financeiro falido, cortam na carne do trabalhador, nunca na carne dos banqueiros", disse Patah.
O sindicalista, lembrou que a UGT representa mais de 7 milhões de trabalhadores no Brasil e que o País ainda é um grande celeiro de desigualdades, " somos um Pais rico com um povo pobre, onde 50% da nossa riqueza esta nas mãos de 1% da população enquanto os outros 50% é dividido entre os 99% restante da população". O presidente da UGT disse que a crise gestada nos Estados Unidos e que depois se espalhou pela Europa, afeta economias em crescimento como a China e que isso pode ter desdobramentos profundos, chegando com mais força ao bolso da população por meio do desemprego ou de sua ameaça - real ou especulativa - aumentando a instabilidade social e politica, principalmente dos países em desenvolvimento.
O dirigente sindical diante desse quadro, os governos tem adotado posturas distintas, que variam desde a mediação ao subsidio direto das contratações até mesmo benefícios ao sistema financeiro.
Patah disse que para a UGT um novo marco regulatório só terá êxito se levar em conta a valorização do trabalho e da produção e que uma reforma financeira internacional só terá sucesso se direcionada para manter de pé a natureza do financiamento que tem impedido o desenvolvimento de nações inteiras.
Mauro Ramos, de Pequim - China"
UGT - União Geral dos Trabalhadores