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Centrais sindicais se mobilizam contra o trabalho infantil


25/06/2012

25/06/2012

A União Geral dos Trabalhadores e as centrais Força Sindical, Nova Central e CGTB realizaram no dia 19 de junho, em São Paulo, a 1ª Oficina de Capacitação de Dirigentes Sindicais e Assessores para Erradicação do Trabalho Infantil. A ação é uma parceria das secretárias da Mulher e da Criança e Adolescente das centrais sindicais para debater ações para o combate ao trabalho infantil.

Dia 12 de junho é lembrado o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil e o evento veio para mostrar que as centrais sindicais também estão inseridas nesta causa e visam mobilizar a sociedade para esclarecer a exploração infantil e conscientizar a população sobre a importância de uma boa infância. O movimento sindical precisa participar de forma incisiva dos conselhos setoriais para avançarmos nos direitos das crianças e adolescentes

A partir de tópicos sobre a legislação brasileira de proteção ao adolescente, o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Osasco (CMDCA), Antonio Dantas, pontuou, através de conhecimentos técnicos, o que é o trabalho infantil. Dirigentes sindicais e movimentos sociais podem orientar a preservar os direitos humanos, a justiça social, mobilizando para acabar com o trabalho infantil. E uma das formas é orientar a procurar o Disque Denúncia (100)", salienta Rumiko Tanaka, secretária da Criança e Adolescente da UGT.

O Brasil vai sediar a Conferência Mundial do Trabalho Infantil, em 2013, um evento importante para o país, uma vez que é referência no mundo em erradicação do trabalho infantil, incorporado na pauta do recente evento da ONU, a Rio+20. "Dados do IBGE falam em 4 milhões de crianças, mas na verdade o número é bem maior, porque há muitos trabalhos não inspecionados que não chegam ao conhecimento da estatística. O Brasil vem combatendo o trabalho infantil, mas é muito pouco. De milhões diminuiu apenas 200 mil. ", alerta Rumiko.

Muito se associa as políticas públicas como os programas sociais que possibilitam transferência de renda, como alternativas para acabar com a pobreza, porém, muitas vezes o governo acaba não tendo controle. "Hoje falar que a pobreza está ligada ao trabalho infantil é mentira. O trabalho infantil é cultural. Adota-se o modelo de referência vivido na família. A avó, que era mulher de rua botou a mãe para pedir esmola e a mãe faz a mesma coisa com a neta. Gera um vicio de comodidade", exemplifica a secretária, que vê como meio de acabar com o trabalho infantil, através dos direitos humanos e justiça social.

A partir do momento que a criança é privada de brincar porque tem que cuidar da casa, não podendo fazer os deveres da escola ou tendo que cuidar dos irmãos, já é considerado exploração ao trabalho infantil. Uma criança no fogão pode gerar sequelas gravíssimas, desde uma queimadura até cegueira. Meninas e meninos na lida da roça, carregando peso, futuramente pode interferir na fertilização do homem e da mulher. É urgente a erradicação da cultura de exploração.

O professor Paulo Dante Lara, falou sobre a "Erradicação do Trabalho Infantil Doméstico - Desafios e Perspectivas". Ele afirmou que para combater o trabalho infantil doméstico é necessário estarmos preparados e termos muita determinação muito grande. "Este tipo de trabalho infantil é muito obscuro e encontramos hoje uma dificuldade muito grande para fiscalizar a sua existência", afirmou.

Ele ressaltou que essa é uma das explorações de mão de obra mais difundida no Brasil. "Atualmente temos 390 mil crianças entre os 5 e 17 anos trabalhando. Destas 91,6% são mulheres e 41,3% meninas entre 12 e15 anos", alertou.

Na visão de Rumiko, o evento foi positivo, por apresentar pela primeira vez a algumas pessoas o contato com o tema. "A sugestão foi de que o próximo encontro seja feito na UGT. Cada um tem que olhar a sua volta e criando consciência. A criança tem a hora de brincar, de estudar, descansar. Coisas mínimas que e a pessoa tem que aprender. Uma exploração priva a criança de tudo isso. É preciso educar e fazer um trabalho de conscientização", finaliza.

Mariana Veltri, da redação da UGT"


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