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09/05/2012

Nesta quarta-feira, 09 de maio, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) lançou a campanha nacional contra os altos juros dos cartões. Em ato que reuniu cerca de 500 pessoas, em frente a uma operadora de cartão, localizada na Av. Faria Lima, uma das mais nobres da capital paulista, a central sindical, com o objetivo de despertar os consumidores - que são também milhares de trabalhadores - a atentar contra os juros abusivos, desenvolveu uma campanha para o consumo consciente. A ação da UGT prossegue em todas as cidades brasileiras, onde serão realizados atos mostrando à população o abuso cometido pelas operadoras de cartões de crédito, cujos juros no crédito rotativo chegam a 600%.

Após o ato, a UGT instalou, no Viaduto do Chá, uma guilhotina, representando a ação dos cartões de crédito contra a sociedade brasileira.

Tamanha a importância da campanha, que a UGT prepara ações nacionais e se coloca à disposição do trabalhador endividado para auxílio jurídico. Essa é uma das maiores e melhores campanhas que eu participo quanto dirigente sindical. Já participei de inúmeras. Mas essa é tão interessante, tão importante, porque ela pega na veia da classe média. Não tem ninguém da classe média, que não tenha um dia entrado em situação difícil, para um dia saudar suas dívidas por conta de um cartão de crédito. E aí são os juros exorbitantes, que começam com 300% e chegam até 600%!", denuncia Canindé Pegado, secretário geral da UGT.

Para o presidente da central, Ricardo Patah, "o mais importante é utilizar o cartão à favor do trabalhador e da trabalhadora. Compre o que se pode pagar", aconselha. "Se uma pessoa fizer uma compra e depois parcelar em algumas vezes e, por qualquer motivo, não conseguir pagar no segundo mês, quando for pagar no 3º, 4º mês, os juros vão ser tão elevados, que vão ser mais altos que o próprio valor da mercadoria. Muita gente está enterrada, literalmente, em dívidas, por conta do cartão", acrescenta.

A UGT vai preparar uma divulgação, um trabalho de opinião pública, para que o trabalhador possa, a partir das taxas de juros divulgadas, escolher a que melhor convém. "Ele pode sair de uma taxa de 9% de instituição bancária e ir para uma de 20% sem estar sabendo", alerta Pegado.

Mariana Veltri, da redação da UGT
Fotos: FH Mendes

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