09/05/2012
Disse o Carpinteiro ao Aprendiz: - Aprendiz !, as peças estão prontas, prega-as à martelo. Indagou o Aprendiz: - Mestre, porque não usar a furadeira? Respondeu o Carpinteiro: - Temos muito trabalho à fazer, depois Lhe digo o motivo."
O diálogo acima expressa a ação humana, pois como não poderia ser de outra forma, todas as conquistas da humanidade se devem à produção manual que emerge da consciência humana.
O pensamento aliado à praxe manual, mantém o ser humano ocupado e evoluindo. Através das pesquisas e experiências humanas nasce a ciência e a tecnologia em si.
Num primeiro ato, a tecnologia foi pensada e concebida para auxiliar o homem no processo produtivo, visando tornar a vida mais prática, feliz e conseqüentemente humana.
Mas, o que parecia ser a luz à sombra da humanidade, transformou-se num holocausto mental, no momento em que a falta de educação humanitária do homem passou a usar a tecnologia de forma marginal e egoísta, substituindo o homem pela máquina.
Dessa forma, no mundo capitalista quem manda é a "tecnologia". "Ela" decide a quantidade de pessoas que ficarão desempregadas, á margem da produção, sem amparo social algum.
Nesse emaranhado psicodélico que é o processo de produção de bens, entendemos que há momentos em que é necessário o uso da máquina por questões de segurança, entretanto, a prioridade de produzir e transformar são e pertencem à força de trabalho humana.
Não nos enganemos, pois a máquina que colhe a produção da lavoura é a mesma que limpa a casa, se transforma em banco e, monta os carros que alguns irão consumir.
É A MÁQUINA IMITANDO A VIDA NA VIDA REAL. Para alguns é o progresso, para outros é o regresso.
Será que é certo que uma única máquina tome o emprego de centenas de pessoas?, seja no campo, na industria ou no comércio? Pois é isso que está acontecendo, a dignidade humana foi roubada pela tecnologia de alguns.
Nesse sentido, se a "tecnologia" não for uma praga, ela é uma bactéria ou um vírus à infectar o homem. Nesse tocante, o homem é a praga criadora da própria praga, pois ao trocar a força de trabalho humana pela tecnologia, condena a humanidade à marginalidade.
Ao inverter o fundamental papel social da produção, privilegiando a tecnologia, o capital e o lucro, em detrimento da força de trabalho humana, o homem condena a si próprio ao submundo da praga tecnológica.
Nessa dialética, o homem está virando máquina, e a máquina é agora a senhora da razão.
O paradigma consiste em solucionar o pragmatismo entre o homem e o uso da tecnologia.
Agora sabemos porque o carpinteiro, sabiamente, mandou o aprendiz montar as peças à prego e martelo.
Por Hélio Ondiária Vasconcelos Filho - Diretor."
UGT - União Geral dos Trabalhadores