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A lei que criou o Piso Nacional de Salários para os professores, no entender da UGT, é tímida e não serve de estimulo para os profissionais abraçarem a carreira do magistério com aquela vontade de vencer o sério compromisso que o pais tem com a educação, face os enormes desafios que afrontam os brasileiros: erradicação do analfabetismo, acessibilidade e permanência na escola, exercício da cidadania, profissionalismo nas atividades, desempenho tecnológico, evasão escolar, etc..
Ainda assim, na contramão dos discursos políticos, Estados e Municípios, salvo algumas exceções, protestam e se recusam a cumprir este mínimo estabelecido pela lei federal.
São atitudes nada inteligentes e que demonstram a imediatice de ações que barram os investimentos na educação. É a cegueira política a olhar o futuro.
Bem que os políticos sul coreanos poderiam mandar para cá uma cartilha contendo as estratégias que adotaram para educação no seu país na década de 60.
Lá os professores de início de carreira recebem 1,2 vez o PIB per capita, chegando os salários a 3,4 vezes a renda per capita.
Podemos traduzir estes números em salários mensais que variam entre R$ 7.000,00 a R$ 20.000,00. Lá os professores de primário (educação infantil) recebem os salários mais altos do mundo, equiparados aos salários de médicos e engenheiros.
Ainda que o UGT entenda que o Brasil é um país continental, que tem uma população de 200 milhões e que trás como herança uma cultura diferenciada daquela, fatos que dificultam nossa caminhada, mesmo assim é inconcebível que a atual lógica política dos governadores e prefeitos se recuse a entender que o desenvolvimento econômico tem como guia o desenvolvimento educacional.
Só para causar inveja a UGT registre-se que 97% dos estudantes coreanos concluem o ensino médio. Entre nós esta taxa não chega a 50%.

Prof. Antonio Bittencourt Filho
Secretário Nacional de Relações Sindicais