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Perfil dos trabalhadores da limpeza é lançado, em São Paulo


24/01/2012

24/01/2012
O Siemaco-SP, que representa os trabalhadores em limpeza urbana, dos trabalhadores ocupados na limpeza e conservação de escritórios, fábricas e repartições públicas de São Paulo, filiado à União Geral dos Trabalhadores, UGT, lançou hoje, 24 de janeiro, a partir das 9h no Novotel Jaraguá, Rua Martins Fontes, 71, no centro de São Paulo, o livro Perfil dos trabalhadores em Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo".
O livro se baseia numa pesquisa de dois anos encomendada ao Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e traz as opiniões, em alto e bom som, destes trabalhadores a respeito da invisibilidade a que são submetidos exercício de suas funções.
Homens e mulheres que nunca são chamados pelo nome, assumem a própria voz e denunciam o preconceito, a discriminação funcional e o racismo que faz parte do seu cotidiano.
Na obra, os 100 mil trabalhadores e trabalhadoras representados pelo Siemaco-SP superam o preconceito e a invisibilidade e se mostram orgulhosos por se saberem responsáveis pela manutenção da saúde pública da cidade de São Paulo ao cuidarem das ruas e avenidas e da limpeza e conservação faxina de bancos, escritórios, repartições públicas, hospitais e fábricas.
Preconceito -- A pesquisa nos mostra que 95% dos trabalhadores da limpeza urbana que sofreram discriminação a identificam nos transeuntes. Em asseio e conservação, 45% das vítimas foram discriminados pelos funcionários da empresa cliente
36%, por transeuntes ou clientes dos estabelecimentos onde trabalham
e 16%, por chefes das empresas clientes.
Apesar de na categoria a proporção entre homens e mulheres ser igual, em asseio e conservação, a proporção de mulheres é maior: 59%, frente a 41% de homens. Já em limpeza urbana e áreas verdes, os homens são a esmagadora maioria: 99% e 91%, respectivamente.
São trabalhadores que têm orgulho da própria raça e assim se identificaram, ao longo da pesquisa: 73% se declaram pretos, negros, pardos, morenos, marrons ou mulatos
27%, brancos e menos de 1%, indígenas ou asiáticos. E são ciosos de sua origem: 83% se reafirmaram nordestinos, oriundos, em sua maioria, da Bahia e de Pernambuco.
Apesar de terem sido mantidos na base da pirâmide social, 56% dos trabalhadores retratados no Perfil residem em imóvel próprio e 30% em imóvel alugado.
Lares que com muito trabalho e determinação foram plenamente equipados com televisão. Sendo que mais de 80% têm DVD
65% têm máquina de lavar roupa.
Presente ao evento, Ricardo Patah, presidente da UGT, lembrou que um estudo semelhante ajudou a identificar o grande preconceito racial que ocorria na contratação de funcionários em shoppings. "A partir do perfil dos comerciários, conseguimos estabelecer em nossa Convenção a quota de contratação de 20% de negros", disse.
"O Perfil encomendado pelo Siemaco ao Dieese vai gerar uma possibilidade extraordinária de tanto os trabalhadores quanto os empresários do setor corrigirem distorções no relacionamento e ajudará, principalmente, sensibilizar a opinião pública que se sentirá, tenho certeza, chocada diante do preconceito existente", afirmou.
Moacyr Pereira, presidente do Siemaco, recordou que o presente livro "Perfil" é uma sequência natural do movimento Sindicato Cidadão, que teve início com o então presidente do Siemaco, Roberto Santiago, presente ao evento, e hoje deputado federal, presidente da Femaco e vice-presidente da UGT e do Siemaco.
"Quando comemoramos 50 anos do Siemaco-SP além de um mega evento para reafirmar a auto-estima da categoria conseguimos colocar monumentos representando trabalhadores da limpeza urbana e do asseio na Praça marechal Deodoro, em São Paulo, com a ajuda do vereador Gilberto Natalini", discursou Moacyr.
Roberto Santiago quer, a partir do lançamento de "Perfil" que nos mobilizemos para se criar o movimento "Resgate da Dignidade" dos trabalhadores da categoria. Manassés Oliveira, diretor da Fenascon, lembrou que "somos o segmento que mais emprega com carteira assinada no Brasil e que merecemos um tratamento digno por parte do setor econômico e pela sociedade".
O evento contou ainda com a presença de Davi Zaia, secretário de Emprego e Trabalho, que no ato representava o governador Geraldo Alckmin
com Rui Monteiro, presidente do SEAC-SP
com Ariovaldo Caodaglio, presidente do Selur
do vereador Gilberto Natalini e da prefeita de Piracaia, Fabiane Santiago.
No encerramento, Moacyr Pereira reafirmou a importância de se sair do "achismo" e se ter agora um perfil profissional da categoria e aproveitou para reafirmar que se trata de uma categoria profissional que "é prestadora de serviços a terceiros", e que "não somos trabalhadores terceirizados". "Somos uma categoria especializada que presta serviços a terceiros", insistiu. Lembrou ainda que a pesquisa mostrou a importância de se reafirmar a bandeira da UGT no seu 2o. Congresso, "Rumo à Sociedade do Conhecimento", pois ficou claro que os trabalhadores da limpeza ambiental e urbana querem acumular conhecimento. "Mas querem sair do setor em busca de mais dignidade e menos preconceito", enfatizou Moacyr Pereira."


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