03/05/2022
Selic deve aumentar pela 11ª vez consecutiva
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC)
começou hoje (3) mais uma reunião em que definirá o patamar para a Selic. A
nova taxa básica de juros deve ser divulgada amanhã (4).
Na ata do encontro anterior, o BC sinalizou que deve voltar
a aumentar, pela 11a vez consecutiva, a Selic. O atual ciclo de alta teve
início em março de 2021. A taxa atual é de 11,75% ao ano e deve subir 1 ponto
percentual, nesta reunião, segundo previsão do mercado financeiro.
No último boletim Focus, em que o BC mede a expectativa do
mercado financeiro, a projeção é de que
a taxa básica encerre 2022 em 13,25% ao ano.
As estimativas do mercado para a inflação, entretanto, vêm
crescendo há pelo menos 16 semanas.
No mês passado, o presidente do BC, Roberto Campos Neto,
indicou que o futuro das taxas de juros no Brasil dependerá da extensão dos
efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia e de outros eventuais choques sobre a
inflação.
A expectativa de alta acompanha o aumento nos preços. Em
março, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação
oficial, foi de 1,62%, maior taxa para o mês desde o início do Plano Real, em
1994. Em 12 meses, o acumulado chegou a
11,30%, quase o dobro do teto da meta do Banco Central, que é de encerrar o ano
com inflação de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou
menos. (
https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2022-04/inflacao-oficial-sobe-para-162-em-marco
)
A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia)
serve como parâmetro de quanto o governo paga para tomar dinheiro emprestado
por meio da emissão de títulos públicos.
A política monetária tem também efeito sobre o câmbio. Em
tese, altas na taxa Selic tendem a atrair o investimento externo em títulos
públicos brasileiros, cuja rentabilidade aumenta, o que acaba pressionando o
dólar para baixo diante do real.
Eventos em outros países, contudo, têm o poder de mitigar
esse efeito. Nesta terça-feira (3), por exemplo, o Federal Reserve Bank (FED),
o banco central dos Estados Unidos, também começa a discutir os juros para os
títulos norte-americanos. Uma esperada nova alta por lá tem o potencial de
atrair fluxo de capital que iria para outros países.
Fonte e Foto: Agência Brasil
UGT - União Geral dos Trabalhadores