02/05/2022
Neste 1º de maio, os guardas municipais curitibanos não têm
o que comemorar. A dor da perda de um colega de trabalho, sempre afeta todos os
integrantes da corporação, porém, quando as condições remetem a saúde mental, o
fato ganha outro contorno.
É PRECISO FALAR SOBRE
O TEMA
Há tempo, a categoria vem cobrando da Prefeitura a
implantação de um Programa de Saúde Mental específico para os Guardas
Municipais, onde haja acolhimento e encaminhamento de profissionais que possam
estar sofrendo com algum problema desta ordem.
No Brasil o número de policiais que tiram a própria vida é
maior que o dos que morrem em serviço, segundo apontam estudos do Fórum
Brasileiro de Segurança pública.
O convívio permanente com a violência e a morte, jornada de
trabalho extenuante, a falta de valorização e estímulo ao desenvolvimento, más
condições de trabalho, a falta de lazer e convívio com a família, falta de
acolhimento e empatia por parte das chefias em casos suspeitos de problemas de
ordem mental, são fatores de risco para os policiais. Tudo isso está
diretamente relacionado com o trabalho na Segurança Pública e, portanto, podem
levar estes profissionais ao quadro de adoecimento físico e mental.
Tratar o problema de forma individualizada, é a primeira
medida pelas corporações, atribuindo ao próprio individuo ou a fatores
externos, a responsabilidade pelo seu adoecimento.
Alguns trabalhos acadêmicos vêm tratando deste problema, a
tese de Doutorado apresentada pelo Procurador do Município Wilson Cicognani Jr,
junto a Escola de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul – PUC/RS, estudou a análise e validação da síndrome de Burnout em Guardas
Municipais, e sua correlação com necessidade de critérios diferenciados de
aposentadoria.
“O estudo concluiu a necessidade de maior atenção a saúde
mental e da condições de trabalho deste segmento de segurança pública, eis que
como grupo policial novo no ordenamento jurídico, ainda há tempo para que se
possa moldar este segmento para ações de prevenção em segurança pública, desde
que dada a devida atenção à saúde mental dos Guardas Municipais e melhorias em
sua carreira, especialmente a aposentadoria especial pelos fatores de desgaste
emocional muito altos que foram aferidos na pesquisa”.
Os casos concretos, e as situações vivenciadas pelos Guardas
Municipais, cotidianamente, deixam de ser tratadas apenas por meio do
empirismo, e passam a ser traduzidos pelo viés da ciência.
PROGRAMAS VOLTADOS A SAÚDE DO TRABALHADOR NÃO PODEM ESPERAR.
E POR ISSO CONTINUAMOS NA LUTA POR MELHORES CONDIÇÕES DE
TRABALHO. QUE A TRISTEZA QUE VIVENCIAMOS HOJE, NÃO VOLTE A SE REPETIR SEM QUE
TENHAM SIDO TOMADAS TODAS AS MEDIDAS PARA DIMINUIÇÃO DE SUA OCORRÊNCIA.
DIRETORIA SIGMUC
Fonte e Imagem: SIGMUC - Sindicato dos Servidores da Guarda
Municipal de Curitiba
UGT - União Geral dos Trabalhadores