26/04/2022
A defesa de um sindicalismo
cidadão, que alia a proteção dos interesses econômicos e sociais imediatos dos
trabalhadores, sem deixar de lado a luta global para o avanço da democracia,
das liberdades, dos direitos civis e o atendimento das necessidades sociais
básicas do chamado mundo do trabalho trouxe para a União Geral dos
Trabalhadores do Rio Grande do Sul (UGT-RS) o Sindicato dos Assistentes Sociais
no Estado do Rio Grande do Sul (SASERS).
O ato de filiação ocorreu em 14/04, na sede da UGT gaúcha, em Porto
Alegre, e contou com a presença de Eliane Gerber, presidente do SASERS e de
Norton Jubelli, presidente da UGT-RS. Também
presentes o presidente do Sindicato dos Empregados em Clubes e Federações
Esportivas do Rio Grande do Sul (Secefergs) e Secretário Nacional de Relações
Institucionais da UGT, Miguel Salaberry Filho, de Jaime Gonçalves Moraes, presidente
do Sindicato Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Serviços Auxiliares
de Transporte A|éres dos Estados Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Sintesata),
além de Adriano Porto Benevides, presidente do Sindicato dos Refrigeristas, Técnicos em Calefação,
Lavadoras e Ar Condicionado, Consultores Técnicos em Vendas Peças de Refrigeração
e Calefação no Rio Grande do Sul (Sindigel-RS).
Eliane Gerber, que
fora presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros do Rio
Grande do Sul (CSB-RS), entre 2017 e 2018, observou a prática das centrais
sindicais e optou pela UGT devido ao caráter independente,
apartidário e plural da central, que não está atrelada a nenhum partido
político. Sem nenhum compromisso partidário em sua história, o SASERS encontrou
na UGT as mesmas convicções e postura, sendo este o fator decisivo para a sua
filiação.
ENTIDADE PIONEIRA NO BRASIL
Primeira
entidade sindical dos Assistentes Sociais registrada no Brasil (23/09/1958) e
pioneira no movimento de organizar a categoria para a discussão de suas pautas
e encaminhamentos das prioridades da profissão, o SASERS é um sindicato atuante
que vem garantindo avanços em pautas específicas em Convenções ou Acordos
Coletivos nas negociações com os Patronais.
Mesmo havendo uma série de Projetos de Lei tramitando nas duas casas legislativas
do Congresso (Câmara dos Deputados e Senado Federal), que interessam ao Serviço
Social e aos assistentes sociais, dentre estes os que tratam de um piso
salarial, a categoria ainda
não conta com um Piso Salarial regulamentado. “Ainda não garantimos a presença
legal da categoria em diversos espaços de trabalho e discutimos a contratação,
a questão da insalubridade e as condições de trabalho dos assistentes sociais”,
protesta a presidente.
A LEI DAS 30 HORAS
Eliane
Gerber lembra que a Lei 12.317, que estabeleceu a jornada de trabalho para
assistentes sociais em 30 horas semanais sem redução salarial, foi sancionada
em 26/10/2010, mas a categoria ainda enfrenta vários empecilhos para sua
implementação e efetivação, inclusive o não reconhecimento de parte dos órgãos
públicos sobre sua aplicabilidade. A Lei das 30 horas (como ficou conhecida)
significou uma conquista histórica para o Serviço Social brasileiro, pois
reconhece o grau de complexidade do exercício profissional de assistentes
sociais junto à população nas inúmeras áreas que a categoria atua.
Uma
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), ajuizada no Supremo Tribunal
Federal pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade que representa
nacionalmente as empresas do setor industriário, questiona a validade da Lei
das 30 horas, mas o SASERS já inscreveu o direito em Convenção Coletiva de
Trabalho, assim garantindo a efetividade da jornada.
PLURALISMO UGETISTA
Norton Jubelli afirmou a concepção democrática e pluralista da UGT, no funcionamento
das estruturas internas e no seu relacionamento com as demais organizações
sindicais e movimentos sociais e políticos, superando a cultura de
desqualificação dos adversários e até dos aliados. Para o sindicalista, o
pluralismo de ideias é uma conquista da civilização e não pode sofrer
retrocesso.
Citando a declaração de princípios da central,
Jubelli argumentou que a UGT entende a democracia política como um valor
universal e defende a sua ampliação como estratégia permanente para se avançar
na democracia econômica, social, cultural e informacional. Para tanto, defende
o constante aperfeiçoamento das instituições democráticas, maior participação
do mundo do trabalho na política, nas instituições e na promoção permanente da
cidadania como instrumentos para eliminar a exclusão política da esmagadora
maioria dos trabalhadores e do povo brasileiro nos principais centros
decisórios do País.
UGT - União Geral dos Trabalhadores