20/04/2022
O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com ação contra
o iFood e as agências de publicidade contratadas pela empresa. A investigação
analisará se a multinacional promoveu propaganda a fim de atacar os movimentos
grevistas e reivindicações dos trabalhadores, conforme revelou reportagem da
Agência Pública.
A ação midiática do iFood envolveu fanpages e perfis falsos
nas redes sociais para disseminar conteúdos supostamente produzidos pelos
entregadores. De acordo com a reportagem da Púbica, um dos agentes da empresa
se infiltrou em manifestação, a fim desmobilizar a categoria.
A representação do MPF irá investigar se essa publicidade
violou o direito constitucional de acesso à informação. O órgão esclarece ainda
que a investigação não incluirá eventuais violações de direitos trabalhistas
envolvidas na campanha, já que essa apuração está nas mãos do Ministério
Público do Trabalho (MPT) e da Câmara de Vereadores de São Paulo.
Prazo – Agora, o iFood tem 15 dias para se manifestar sobre
as denúncias da reportagem da Pública. Além dos esclarecimentos, os
procuradores querem cópías de documentos e contratos firmados entre a
plataforma e as agências de publicidade.
Propagandas – O conteúdo criado pelas empresas contratadas
pelo iFood simulavam modos de falas dos entregadores, com gírias. A campanha se
estendeu de julho de 2020, quando se iniciou o movimento “Breque dos Apps”, até
novembro de 2021.
Durante o período, os trabalhadores organizavam protestos e
reivindicavam medidas de saúde e segurança no trabalho, além de pagamento de
melhores taxas, fim de bloqueios e outros anseios da categoria.
Os infiltrados criaram, então, a página “Não breca meu
trampo”, com o objetivo de suavizar os impactos do movimento paredista dos
trabalhadores. Em trecho da ação, os procuradores do MPF ressaltam que, “ao ter
incidido de forma camuflada sobre o fluxo de informações que circulavam em
plataformas digitais, as empresas podem ter incorrido em violações de direitos
fundamentais”.
Fonte e Foto: Agência Sindical
UGT - União Geral dos Trabalhadores