18/04/2022
Episódio, que se tornou marco na agenda de lutas populares
do país, pautou protestos em diferentes estados
Diversas mobilizações pelo país relembraram os 26 anos do
massacre de Eldorado dos Carajás, quando 21 trabalhadores rurais foram
assassinados no sudeste do Pará, em 17 de abril de 1996, por reivindicarem
reforma agrária. A data, lembrada a cada ano, se tornou um marco na agenda de
lutas populares do país.
Neste domingo (17), o coletivo “Arte pela Democracia”
realizou uma intervenção artística na região central da capital paulista, no
Parque Augusta e arredores. A performance, com música, bonecos e leitura de
livros, lembrou o massacre dos sem-terra e os seis anos do golpe parlamentar
que depôs a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).
Em outras cidades paulistas também ocorreram atos para
lembrar a memória dos trabalhadores mortos. No sábado (16), o bosque Neusa
Paviato, localizado no assentamento Mário Lago, em Ribeirão Preto, recebeu 21
mudas de ipê amarelo que simbolizaram os 21 assassinados.
Na mesma data, militantes da reforma agrária se reuniram na
ocupação Gercina Mendes, em Mirante do Paranapanema (SP), para um ato simbólico
que rememorou o caso de Eldorado dos Carajás. A agenda local contou ainda com
atividades infantis e debate sobre o tema.
Sábado também foi dia de ações em cidades paranaenses.
Porecatu, Florestópolis e Centenário do Sul foram palco de uma marcha com
partilha de alimentos. A mobilização aglutinou diferentes comunidades para
lembrar a morte dos trabalhadores rurais em 1996.
Mobilização internacional
A memória dos trabalhadores assassinatos em Carajás também
foi relembrada em Cuba, nas cidades de Havana e Bayamo. Nelas, manifestantes
plantaram árvores em homenagem e memória dos sem-terra mortos.
A iniciativa integrou as ações da chamada Jornada Nacional
de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, que este ano evoca o lema “Reforma
agrária popular: por terra, teto e pão”.
Agenda
A agenda de mobilizações segue ao longo da semana. Na
próxima terça-feira (19), em Salvador (BA), no auditório da Assembleia
Legislativa da Bahia, ocorrerá um ato em memória dos trabalhadores vitimados no
massacre.
A ação é organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais
sem Terra (MST) em parceria com a deputada estadual Fátima Nunes e forças
políticas locais. Os participantes irão receber o público que desde o último
dia 11 está marchando do município de Feira de Santana (BA) até Salvador para
lembrar o tema da reforma agrária.
Foto:J.R. Ripper/Via BdF
Fonte: Rádio Peão Brasil
UGT - União Geral dos Trabalhadores