14/04/2022
Em 2060, três em cada dez brasileiros serão idosos
Em pouco mais de dez anos, o número de idosos no Brasil
aumentou em 11 milhões de pessoas. Em 2010, o país tinha 19 milhões de
habitantes com mais de 60 anos de idade. Em 2021, esse número chegou a 30,3
milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
A expectativa para as próximas décadas é que esse número
continue aumentando. Projeções estimam que, em 2060, três em cada dez
brasileiros serão idosos.
Para o gerente de Estimativas e Projeções de População do
IBGE, Márcio Minamiguchi, o aumento do número de idosos vem acompanhado de uma
mudança de perfil dessa parcela da população ao longo dos anos.
“Aqueles idosos que hoje em dia chegam a idades mais
avançadas, certamente, vão ter um tempo de vida maior e mais saudável em
comparação com o passado. Ser idoso agora é bem diferente do que há algumas
décadas.”
Atualmente, a expectativa de vida no Brasil é de quase 77
anos – em 2010, era de 73 anos.
Segundo a geriatra Roberta França, o aumento da longevidade
está relacionado com uma série de fatores como: a prática de exercícios, a
alimentação saudável e o avanço da ciência que permitiu a descoberta de novos
tratamentos.
“Nós começamos a compreender melhor o processo do
envelhecimento e, com os diagnósticos mais precisos, criamos mecanismos para
melhorar a qualidade de vida”.
O aumento da expectativa de vida provocou uma mudança no
perfil dos pacientes que procuram o consultório da geriatra.
“Há 30 anos, ter um paciente centenário era muito pouco
comum. Atualmente, eu atendo dezenas de pessoas com mais de 100 anos de idade,
e quem chegou aos 60 anos continua tendo uma vida ativa com trabalho, viagens e
namoro.”
O avanço da medicina é um dos fatores que permite a Antonio
Aiex uma vida saudável, aos 86 anos, depois de ter superado um tumor no
cérebro, um câncer de pele e um tumor na coluna.
O primeiro câncer foi diagnosticado quando ele tinha 60
anos. Já o último tumor, detectado há 11 anos, está estabilizado devido ao
tratamento.
Antonio acredita que a herança genética e os hábitos
saudáveis são os segredos da longevidade. “Eu sempre tive uma vida sem grandes
excessos, com uma alimentação regrada e praticando exercícios. Além disso, o
tratamento eficiente fez toda a diferença.”
Médico do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Gélcio Mendes
diz que em diversos tipos de câncer as chances de cura são consideradas altas,
mesmo em pacientes idosos, e superam os 90% nos tumores na pele, mama,
testículo, próstata e útero.
“Hoje em dia, entendemos melhor os tumores e temos
tecnologias mais apropriadas para avaliar a extensão de cada tumor, mas o
sucesso dos tratamentos está sempre relacionado com o diagnóstico precoce que é
fundamental para aumentar as chances de cura.”
A medicina também avançou nos tratamentos das doenças
cardiovasculares, embora elas ainda sejam a principal causa de morte em todo o
mundo. No Brasil, anualmente, cerca de 230 mil pessoas morrem devido a
problemas relacionados ao coração.
O coordenador do setor de medicina nuclear do Hospital
Pró-Cardíaco, Cláudio Tinoco, diz que as pessoas devem procurar sempre
controlar a glicose, a pressão arterial e o colesterol para evitar o
agravamento das doenças.
“Este controle deve ser preventivo. Os pacientes devem
procurar os médicos pelo menos uma vez por ano para realizar um check up
completo. Isso é ainda mais importante depois dos 60 anos de idade.”
O aposentado José Alves, 73 anos, segue esses conselhos à
risca e vai ao médico periodicamente para checar a saúde. Os resultados dos
últimos exames foram ótimos, e José leva uma vida com muita disposição.
Recentemente, ele começou a fazer aula de dança e faz planos para um futuro bem
longo. “Eu me sinto bem e quero chegar aos 120 anos de idade”.
Fonte e Foto: Agência Brasil
UGT - União Geral dos Trabalhadores