06/04/2022
Os bancos brasileiros têm a segurança cibernética e a
inteligência artificial como prioridades absolutas em investimentos em
tecnologia: 100% deles pretendem expandir essas tecnologias em 2022. O dado
está na Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2022, realizado pela Deloitte,
que tem a primeira etapa divulgada nesta terça-feira, 5. O levantamento foi
realizado, na parte quantitativa, com 24 bancos, que representam 90% dos ativos
bancários do País. Além disso, 34 executivos que atuam na área de tecnologia do
setor participaram da pesquisa qualitativa.
Em termos operacionais, para 78% dos bancos, a análise e a
exploração dos dados obtidos através do Open Finance é uma prioridade para
2022. Em igual porcentagem, as instituições consideram que a transformação
cultural é um dos projetos mais importantes para o ano. Outras prioridades, que
refletem a digitalização do setor, são a criação de superapps (39%),
consultoria financeira baseada em dados (35%) e a reformulação das agências
(30%).
Quanto ao Open Finance, que entrou em vigor em fevereiro do
ano passado, os executivos entrevistados apontaram que a prioridade é melhorar
a busca por oportunidades de negócio através da análise dos dados
compartilhados. A percepção, de acordo com o levantamento, é de que o sistema
cria oportunidades para que os bancos tomem decisões com rapidez e segurança.
Outra das prioridades do setor, o investimento em soluções
de computação em nuvem, é visto como uma ferramenta para tornar processos mais
ágeis. A pesquisa destaca que alguns bancos têm aplicações nativas na nuvem,
enquanto outros estão migrando sistemas legados, e um terceiro grupo adota
soluções híbridas.
"Não iniciamos ontem. Foram os bancos brasileiros, e
não as fintechs ou as startups, que, ao longo das últimas três décadas,
estiveram e continuam na vanguarda da tecnologia bancária mundial", afirma
o presidente da Febraban, Isaac Sidney. "A infraestrutura bancária no
Brasil é uma das maiores do mundo, capaz de suportar mais de 100 bilhões de
transações a cada ano com segurança."
De acordo com informações da entidade, os bancos aplicam
cerca de 10% de seu orçamento de tecnologia da informação, ou R$ 2,5 bilhões,
em segurança cibernética todos os anos.
Para além da segurança da informação, os bancos pretendem
aumentar seus esforços em inteligência artificial para melhorar seu
atendimento. Todas as instituições financeiras pretendem elevar seus
investimentos na área em 2022. A maior parte das aplicações é em canais
digitais, que têm ganhado importância.
Outras prioridades apontadas pelos bancos foram nas áreas de
melhoria de processos (process mining), apontada por 78% deles, internet das
coisas (75%), blockchain (67%) e computação quântica (50%).
De dentro para fora
Na transformação cultural, o levantamento identificou que a
crença dos executivos em uma transformação "de dentro para fora"
inclui as equipes de tecnologia da informação. Os profissionais consultados
citaram, por exemplo, que antigos modelos organizacionais utilizados por essas
equipes não se encaixam nas novas demandas, de trabalho por plataforma.
Outro ponto destacado é o de que os times precisam ter
conhecimentos técnicos e de negócios, com base em uma cultura focada na
agilidade e na chamada centralidade do cliente, ou seja, colocar as
necessidades dos clientes no centro das decisões de negócio.
Fonte e Foto: Feeb/PR
UGT - União Geral dos Trabalhadores