04/04/2022
Segundo
pesquisa do Economy Informal, os dados divulgados nesta semana apontam o
território nacional como perigoso, por conter muitos assassinatos
O Brasil é
o terceiro país no ranking de piores locais para se trabalhar, segundo pesquisa
do Economy Informal. Os dados divulgados nesta semana apontam o território
nacional como perigoso, por conter muitos assassinatos, além de citar repressão
a greves e enfraquecimento da negociação coletiva.
Segundo o
site, a situação tornou-se mais grave quando a publicação da Medida Provisória
927, liberada para conter a crise gerada pela pandemia do coronavírus, permitiu
que empresas adotassem medidas para suprimir proteções trabalhistas, como
suspensão do contrato de trabalho sem remuneração por até quatro meses.
Mediante protestos, essa medida seria retirada, mas manteria outras, como a
imposição unilateral de redução salarial de 25%.
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do dia
Para o
advogado trabalhista, Sérgio Batalha, o trabalho formal no Brasil vem sendo
desvalorizado ano após ano. “O resultado desta pesquisa reflete a
desvalorização do trabalho com vínculo empregatício nos últimos anos em nosso
país, com redução do salário médio, precarização dos postos de trabalho e
descumprimento da legislação trabalhista”, afirma.
Para
Batalha, a Reforma Trabalhista foi o início deste processo, que foi aprofundado
por outras leis aprovadas no governo Bolsonaro.
Em 2021, a
situação dos trabalhadores se agravou e as greves foram violentamente
reprimidas. Diversos representantes do sindicato receberam ameaças como forma
de retaliação pela organização de greves, e dois dirigentes sindicais foram
mortos.
“A
repressão às greves vem acontecendo principalmente pelo Poder Judiciário e pela
polícia. O enfraquecimento do direito coletivo é fruto direto das reformas que
vêm ocorrendo desde 2016, que passam pelas decisões do Supremo Tribunal Federal
sobre a matéria e pela chamada reforma trabalhista de 2017”, disse a advogada
trabalhista Bianca Bomfim Carelli, sócia do escritório Bomfim Advogados.
Segundo
Bianca, a Reforma Trabalhista atinge ainda mais as mulheres. “É importante
lembrar que mulheres mães foram as mais afetadas nesse cenário. Temos inúmeras
pesquisas que indicam que as mulheres ocupam a maioria dos postos de trabalho
precários e sempre em piores condições. Quando se trata de mulheres mães, esses
dados ficam ainda mais acentuados, pois temos um mercado de trabalho
absolutamente hostil à maternidade”, disse.
“A
perspectiva de melhora somente ocorreria em uma tomada de consciência do estado
atual dos trabalhadores e seu efeito devastador para a economia, aliado à
vontade legislativa de retomar o que foi perdido até aqui”, afirma.
Fonte e
Imagem: Contec
UGT - União Geral dos Trabalhadores