31/03/2022
Por todo o Brasil, bancários organizaram na sexta-feira
passada (25/3) manifestações pacíficas para criticar os rumos na gestão da
CABESP – Caixa Beneficente dos Funcionários do Banco do Estado de São Paulo. A
maior crítica é quanto ao atendimento de saúde que mudou em alguns estados a
partir de julho de 2021. Os bancários reivindicam a retomada do convênio de
reciprocidade.
Naquele mês, os associados, de 21 localidades, receberam
comunicado informando que passariam a ser atendidos exclusivamente pela Central
Nacional Unimed, mediante contrato de “cessão de rede”. No entanto, todos os
trabalhadores passaram a sentir a enorme diferença no atendimento. O problema
se resume basicamente à cobertura que a Cabesp tem contratado e oferecido aos
associados. Ela é muito abaixo daquela assegurada pelo artigo 2° do Estatuto da
própria Cabesp.
As localidades que
tiveram seus convênios substituídos pelo convênio CNU foram: Acre, Alagoas,
Amapá, Amazonas, Bahia Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato
Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.
A cobertura exclusiva contratada com a Unimed, que a
Diretoria da Cabesp impôs ao associado desses 21 estados, trouxe perdas, por
exemplo de hospitais e laboratórios de ponta, e da qualidade do atendimento.
Assim, passaram a ser negados aos associados Cabesp, dessas localidades,
procedimentos médicos, tratamentos, remédios, ainda que durante internações. O
que antes era oferecido por meio do convênio de reciprocidade. E o mais
assustador, há demora injustificável na liberação de procedimentos tais como 72
horas para liberação de uma internação.
Isso tudo causado porque quem libera os procedimentos,
medicamentos, exames e atendimento em geral é a CNU, quando o correto seria a
Cabesp cuidar pessoalmente dessas liberações. “A cobertura contratada é
insatisfatória e subverte a relação do associado com seu plano Cabesp,
portanto, inaceitável! Queremos a retomada dos contratos com os convênios de
reciprocidade“, diz o presidente da CONTEC, Lourenço Prado.
Entenda o caso
Antes da decisão unilateral de que 21 localidades seriam
atendidas exclusivamente pela CNU – Central Nacional Unimed, mediante contrato
de cessão de rede, os associados eram atendidos por meio do “Convênio de
Reciprocidade” com a Camed, com o Saúde BRB e com a Cabergs.
O Saude BRB atendia os associados Cabesp em Brasília (que
tinham inclusive acesso ao Hospital Sirio Libanês), os associados Cabesp no Rio
Grande do Sul eram atendidos por Cabergs (e tinham acesso a atendimento
hospitais bem conceituados como Moinho de Vento e Mãe de Deus), os associados
Cabesp na região Nordeste recebiam bom atendimento pela Camed.
Mas, agora, além da substituição de Convênio de
Reciprocidade por Cessão de Rede, a cobertura está muito ruim em vários locais,
dificultando o atendimento dos associados.
Inclusive, em 11/10/2021, a diretoria publicou e passou a
exigir o cumprimento de um regulamento interno (não referendado por Assembléia
Geral), chamado “Regulamento Reciprocidade e Cessão de Rede”. Nele, a
diretoria, contrariando o Estatuto, obriga que o associado obedeça e se submeta
a condições de atendimento estabelecidas pelo prestador da cessão de rede (no
caso a CNU-Central Nacional Unined), mesmo que não esteja dentro do padrão,
amplitude e direitos assegurados pelo Estatuto Cabesp aos seus associados.
Fonte e Foto: Contec
UGT - União Geral dos Trabalhadores