29/03/2022
Resultado do Caged é 17% menor do que um ano antes e
salários voltam a cair; ministério vê desaceleração como natural
O país registrou a criação líquida de 328,5 mil empregos com
carteira assinada em fevereiro, o que representa uma queda de 17% em relação ao
mesmo mês do ano passado, e viu os salários iniciais voltarem a cair.
O saldo neste mês é resultado de 2 milhões de contratações e
1,6 milhão de desligamentos e foi divulgado por meio do Caged (Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados), apresentado nesta terça-feira (29) pelo
Ministério do Trabalho e Previdência.
Em janeiro, o resultado já havia sido 38% menor do que um
ano antes. O ministério tem afirmado que a desaceleração é natural após um 2021
de melhora na economia, o fim de medidas emergenciais e a normalização dos
dados.
Após um crescimento em janeiro (que sucedeu um aumento
marginal em dezembro), os salários de admissão voltaram a cair —retomando a
trajetória de quedas consecutivas registradas de junho a novembro de 2021.
A remuneração média para quem foi contratado em fevereiro
foi de R$ 1.878,66, 3% menos do que em janeiro e 2,4% inferior a um ano antes
(já considerando dados corrigidos pela inflação).
Apesar do ritmo, todos os setores sustentaram a criação de
postos de trabalho no mês. O destaque foi o setor de serviços (215,4 mil novas
vagas), liderado pela seção de educação (66,5 mil vagas abertas).
Em seguida, ficaram indústria (43 mil), construção (39,4
mil), agropecuária (17,4 mil) e comércio (13,2 mil).
Por divisão geográfica, também houve resultado positivo em
todas as regiões. O Sudeste liderou (com abertura de 162,4 mil postos) e foi
seguido por Sul (82,8 mil), Centro-Oeste (40,9 mil), Nordeste (28 mil) e Norte
(12,7 mil).
Apesar de positivos, os dados neste ano têm sido limitados
pelo fim gradual dos efeitos do programa emergencial de manutenção de emprego e
renda. Criada na pandemia, a medida foi considerada fundamental por
especialistas para sustentar o mercado de trabalho durante o auge da crise da
Covid-19.
Agora, o ministério avalia que o término do programa e o fim
da proteção dos vínculos empregatícios farão os dados dependerem mais do
desempenho da atividade econômica.
Os analistas esperam criação de vagas em 2022, embora em
nível inferior ao do ano passado (em 2021, o Brasil criou 2,7 milhões de
empregos formais, segundo os dados divulgados).
Onyx Lorenzoni, ministro do Trabalho e Previdência, afirmou
na divulgação sobre o mês anterior que a projeção da pasta é de criação de 1,5
milhão a 2 milhões de vagas formais em 2022. Mas analistas calculam um número mais
modesto. Os economistas da LCA Consultores projetaram no mês passado a criação
de 895 mil vagas em 2022.
Fonte e Imagem: Folha de São Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores