28/03/2022
Relatório do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento, Pnud, também revela que entre 2020 e 2021, o Brasil foi uma
das nações com maior alta de usuários da mídia social; Pnud analisou mais de
500 mil peças de redes sociais no mundo; barreiras de informação estão contribuindo
para atrasos na entrega do imunizante.
A disseminação da desinformação e informação falsa foram uma
barreira na resposta à pandemia.
A conclusão é do relatório “Explorando debates online da
Covid-19 e a poluição de informações na América Latina e no Caribe”, que foi
produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, e a
firma digital Constella Intelligence.
Potencial
O estudo define a poluição da informação como conteúdo falso, enganoso e manipulado dentro ou fora da internet, que é criado, produzido e disseminado de forma intencional ou não, e que tem o potencial de causar informação falsa.
Foto:Unsplash/Redgirl Lee
Pelo menos 1,4% do conteúdo online revisado na América
Latina e Caribe pode ser classificado como tendo resultado da poluição da
informação
Com várias menções ao Brasil, o documento ressalta que o
país foi um dos que tiveram um dos maiores aumentos globais de usuários da
mídia social entre 2020 e 2021. O total subiu em 10 milhões ou 7,1% pessoas a
mais.
Tal como no México, na Colômbia, e na Argentina as contas de
redes sociais por usuário de internet são consideradas altas. As empresas do
tipo de conteúdo reivindicam alcançar 74,1% da população no que afirmam ser uma
penetração considerável.
Tratamento
Mas em relação a narrativas sobre poluição lideram temas
como tratamentos alternativos com 34%. As alegações de que a pandemia foi
planejada foram consumidos por 32% de brasileiros e sobre vacinas por 22%.
Narrativas na classe da poluição de informações sobre da
vacina mostrou que materiais sobre efeitos colaterais do imunizante atingiram
34% do plico analisado. Quanto à rejeição da vacina chegaram a 18% e que o
imunizante usaria microchips a 15%.
A análise destaca que 1,4% do conteúdo online revisado na América Latina e Caribe pode ser classificado como tendo resultado da poluição da informação.
Foto: Fabio Bardella & André Michiles
Pintura da mensagem #TodosPelasVacinas na passarela do
Anhembi.
O total corresponde a meio milhão de peças de material
propagado em quatro meses. O impacto é classificado como sendo “descomunal em
públicos vulneráveis".
Confiança
Ainda em relação à crise de saúde pública, o apelo feito às
instituições do setor é que protejam seu status de confiança se quiserem
liderar intervenções de saúde eficazes.
Uma conquista sem precedentes foi a conexão de comunidade
global em grande escala na mídia digital e em plataformas de redes sociais.
Isso garantiu segurança, conectividade e que os cidadãos fossem informados.
No entanto, as mesmas tecnologias de informação e
comunicação permitiram que conteúdo falso fosse mais produzido com as chamadas
fake news.
O relatório nota, um grande número de narrativas
polarizadoras espalhado, muitas vezes distorcendo o discurso público saudável e
impedindo a implementação efetiva de iniciativas de saúde pública.
Concorrentes
O conflito em desenvolvimento na Ucrânia oferece um dos exemplos da ampla difusão de narrativas concorrentes e muitas vezes errôneas propagadas globalmente por diversos atores em tempos de crise.
Foto:Unsplash/Markus Spiske
Narrativas polarizadoras espalhadas estão muitas vezes
distorcendo o discurso público saudável e impedindo a implementação efetiva de
iniciativas de saúde pública
O relatório menciona fatores como a velocidade de
implantação da vacinação, que ao lado das várias incógnitas em relação à
Covid-19 contribuem para um ambiente de incerteza.
Nessa situação, a credibilidade e legitimidade de
instituições de autoridade são forçadas a competir com uma nova onda de
influenciadores online nos detores das mídias sociais e alternativa.
O contexto de informações errôneas e de problemas de
confiança geram ineficiências tangíveis de saúde pública, comprometendo ganhos
sociais críticos e prolongando a pandemia.
O documento destaca
que esta situação ocorrendo em vários países que lutam com taxas crescentes de
hesitação vacinal, contribuindo para atrasos na entrega do imunizante.
Fonte: ONU
Foto: Unsplash/Priscilla du Preez
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