18/03/2022
BB é condenado a indenizar em mais de R$ 11 mil idosa que
caiu em golpe do motoboy; veja como funciona o esquema (Por Pedro Knoth)
O Banco do Brasil está sendo obrigado pela Justiça a pagar
uma indenização total de R$ 11,3 mil a uma idosa, vítima de um golpe em que
criminosos se passaram por funcionários da empresa. Na ação, um suposto motoboy
do banco iria buscar o cartão de crédito da mulher em sua residência. O
processo tramita no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) há quase um ano. Em
primeira instância, o juiz que analisou o caso negou o pedido de compensação,
mas a sentença foi revertida.
A cliente do Banco do Brasil recebeu uma ligação de um
golpista se passando por um funcionário do BB. O homem apresentou dados
bancários da usuária, incluindo número da conta corrente, telefone, cartão e
agência.
Em seguida, o criminoso indicou à mulher o número de um
protocolo de compras que não foram realizadas por ela. O golpista então
instruiu a vítima a cortar seu cartão no meio, colocá-lo em um envelope e
aguardar um motoboy que buscaria o produto.
Juiz reverte sentença e culpa BB por "falta de
cautela"
Pelo golpe, a idosa entrou na Justiça por alegar que houve
irregularidade no atendimento do Banco do Brasil. No entanto, o juiz Moacir
Antonio Dala Costa decidiu em 1ª instância que não houve falha por parte do BB.
Portanto, a empresa não deveria pagar uma indenização à vítima.
A cliente entrou com um recurso, acolhido pela 4ª Turma
Recursal dos Juizados Especiais do Paraná, que reverteu a sentença e condenou o
banco a pagar uma compensação de R$ 5,3 mil em danos materiais, além de R$ 6
mil em danos morais.
Para o juiz Leo Henrique Furtado Araújo, o acesso prévio dos
criminosos aos dados bancários da vítima comprovou que houve "falta de
cautela" do BB. Como a cliente tem acima de 60 anos, o banco deveria ter
tido "cuidados redobrados" com as informações dela.
O magistrado destacou que, caso não houvesse o vazamento de
dados da cliente, os golpistas não teriam cometido fraude em nome de um
terceiro, burlando o sistema de segurança do Banco do Brasil.
Golpe do motoboy funciona a partir de engenharia social
O golpe do motoboy não é uma invenção recente no Brasil:
pelo menos desde agosto de 2021, autoridades alertam contra esse tipo de
estelionato, que funciona a partir de engenharia social.
O Procon-MG já emitiu um alerta sobre esse tipo de fraude.
Os bancos não costumam enviar motoboys para pegar cartões, avalia Marcelo
Barbosa, coordenador do órgão pró-consumidor na ALMG (Assembleia Legislativa de
Minas Gerais). Com informações: Migalhas (Fonte: Terra).
Fonte e Foto: Feebpr
UGT - União Geral dos Trabalhadores