17/03/2022
A atividade econômica brasileira recuou 0,99% em janeiro, na
comparação dessazonalizada com o mês anterior, de acordo com o indicador IBC-Br
do Banco Central, divulgado nesta quinta-feira (17).
De dezembro de 2021 para janeiro, o índice de atividade
calculado pelo BC passou de 139,86 pontos para 138,48 pontos na série livre de
influências sazonais. Esse é o menor nível desde dezembro de 2020, quando o
indicador estava em 138,18 pontos.
Na comparação com janeiro de 2021, de acordo com os dados do
BC, o IBC-Br registrou estabilidade, com alta de 0,01%, no cálculo sem ajuste
sazonal. No acumulado de 12 meses, a atividade econômica brasileira cresceu
4,73%.
O indicador foi divulgado em meio à desaceleração da
economia, impactada pela elevação da inflação e da taxa básica de juros
(Selic), que atingiu 11,75% ao ano em decisão do Copom nesta quarta (16).
O IBC-Br havia fechado o ano de 2021 com resultado mensal
positivo, subindo 0,32% em dezembro (dado revisado, ante 0,33%). O recuo de
janeiro foi o primeiro desde setembro do ano passado, segundo as informações
atualizadas da autoridade monetária.
Os dados podem ser diferentes dos informados anteriormente
porque a série passa por revisões frequentes. Os ajustes normalmente são
residuais.
Na comparação trimestral dessazonalizada, considerando o
período até janeiro, a economia brasileira cresceu 0,19% em relação aos três
meses anteriores (de agosto a outubro).
O IBC-Br mede o ritmo da atividade econômica do país ao
longo dos meses e leva em conta o desempenho dos principais setores da
economia: indústria, agropecuária e serviços.
Divulgado desde março de 2010, o indicador foi criado para
auxiliar em decisões de política monetária, considerando que não existe outro
dado mensal de desempenho do setor produtivo.
O resultado ficou aquém da expectativa do mercado. "O
IBC-Br de janeiro reforça nossa avaliação de que o ritmo da atividade doméstica
permanece fraco. Por outro lado, os dados divulgados precisam ser avaliados com
cautela (sobretudo em relação ao carrego estatístico muito ruim deixado para o
desempenho do indicador no primeiro trimestre de 2022)", disse Rodolfo
Margato, economista da XP, em relatório.
Fonte: Folha de São Paulo
Foto: Antonio Molina - 11.jan.2022/Folhapress
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