17/03/2022
A Conclat de 1981 ainda é uma história aberta. Muitos de
seus personagens, como Magri, Lula, Jacó Bittar e Hugo Perez, estão por aí, com
muita coisa pra contar.
Hoje, quem fala à Agência Sindical é o ex-eletricitário,
ex-ministro do Trabalho e presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação
Física do Estado de SP, Antonio Rogério Magri.
A história – Os patrões tinham feito a conferência deles. O
Hugo, que presidia a Federação dos Urbanitários do Estado de São Paulo,
participou de encontro com o general Geisel em Brasília e, num gesto de
audácia, pleiteou a conferência dos trabalhadores.
O ambiente – Era ditadura. A Conclat foi realizada em junho
de 1981, mas sua autorização havia sido obtida antes, no governo Geisel.
As condições – Havia muita vontade do sindicalismo de fazer
um encontro amplo, que definisse rumos. Havia muitas correntes. Mas havia,
acima de tudo, a vontade de recuperar a democracia que nos fora tomada em 1964.
Central – Queríamos sair da Conclat com as condições pra
criar uma única Central. Hoje, vejo dificuldades. Tem Central demais. Três já
representariam o conjunto da classe trabalhadora.
Organização – Esperávamos dois mil delegados na primeira
Conclat; compareceram cinco mil. Precisávamos de comida e alojamento. As
Colônias na Praia Grande eram insuficientes.
Dinheiro – Eu dirigia o Instituto Cultural do Trabalho,
pró-americano. Consegui no ICT dinheiro pra parte da hospedagem nas Colônias.
Fui aos Estados Unidos. O sindicalismo norte-americano bancou as despesas com
transporte – vinham ônibus do Pará, Rio Grande do Sul e outras partes
distantes.
Alimentação – Fui conversar com o governador Paulo Maluf.
Ele autorizou a Eletropaulo a oferecer café da manhã, almoço e jantar os quatro
dias. A comida chegava em caminhões.
Colchões – Não havia lugar pra todos nas Colônias. Saí da
Praia Grande, vim pra São Paulo e comprei mil colchões. O pessoal levou pra
praia e dormiu lá. Ainda bem que fez tempo bom.
Conclat 2022 – Necessária, pra formatar a Pauta da Classe
Trabalhadora, ajustar as posições das Centrais e organizar o bloco trabalhista
contra o bolsonarismo, que nos vê como inimigos.
Unidade – Grandes pactos, buscando unidade, exigem, além de
pauta, lideranças fortes. Hoje não temos mais um Lula, um Joaquinzão, um Hugo
Perez, um Zé Francisco.
Fonte e foto: Agência Brasil
UGT - União Geral dos Trabalhadores