16/03/2022
Encontro foi organizado em homenagem ao Dia das Mulheres
celebrado no dia 8
A Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul
realizou ontem (15) o 1º Encontro pela
Igualdade de Gênero. O evento ocorreu pela plataforma zoom e contou com ampla
participação de dirigentes homens e mulheres das bases sindicais filiadas à
Feeb SP/MS.
A especialista em direitos das mulheres Phamela Godoy,
coordenadora do projeto “Basta! Não irão nos calar”!, foi convidada para falar
sobre o tema.
Violência em números
Dentre os números e informações apresentadas durante a
palestra estão questões ligadas à violência de gênero. A programação destacou o
panorama histórico da desigualdade de gênero e dados sobre as conquistas do
espaço da mulher na sociedade, entre elas, permissão para cursar o ensino
superior, em 1879, permissão para votar, em 1932, regulamentação do voto
feminino, em 1934, liberação para o ingresso no mercado de trabalho (sem a
necessidade da autorização do marido), datado de 1962, entre outras.
No panorama violência, os números mostraram o Brasil em 5º
lugar no ranking global de assassinatos de mulheres no contexto doméstico e
familiar. De acordo com o anuário da segurança pública de 2015, uma mulher é
estuprada a cada onze minutos e dez estupros coletivos são notificados todos os
dias no país, de acordo com o Ministério de Saúde 2016. A palestra mostrou
ainda, de acordo com o Atlas da Violência de 2019, entre os anos de 2007 e
2017, que houve um aumento de 29,9% em homicídios de mulheres negras e 4,5% de
mulheres não negras. Entre 2012 e 2017 o aumento foi de 28,7% de mulheres
mortas por arma de fogo, de acordo com o Data Senado de junho de 2019. Além dos
números, foram destacados os efeitos da pandemia dentro do contexto violência
doméstica, assim como, orientações para erradicar o problema, legislações,
canais de atendimento, entre outros.
Representantes no Encontro
Para a Feeb SP/MS o objetivo do evento foi promover e fortalecer
a luta para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
De acordo com o presidente David Zaia, este é um assunto
cada vez mais importante e presente. “Para pensarmos em uma sociedade mais
justa temos que enfrentar todas as formas de discriminação e de desigualdade.
Comemorar o mês das mulheres fazendo este debate é muito positivo. Nas mesas de
negociação dos bancários com a Fenaban já tem sido uma realidade, mas é
importante que essa pauta esteja cada vez mais em evidência”, destacou Zaia.
Para a especialista Phamela, a luta para combater a
violência doméstica e a desigualdade é diária, assim como a responsabilidade
que é de toda a sociedade. “Existem dois fatores principais que potencializam o
problema, um é a falta de políticas públicas para combater a violência
doméstica e para facilitar o acesso das mulheres à justiça, talvez isso melhore
a partir de 2023 com a eleição de um novo Governo; o outro é a falta de
comprometimento social com o tema. Combater a violência contra as mulheres não
é algo privado e sim uma responsabilidade de toda a sociedade”, diz.
Cenário
De acordo com o movimento sindical, apenas 0,3% das mulheres
bancárias ocupam altos cargos de direção, em relação aos homens, e somente 1%
das trabalhadoras ocupam cargos de direção.
Outro dado que merece atenção é o rendimento médio mensal
das mulheres negras, que é de 73.3%, em relação ao dos homens brancos.
Quando se trata de violência, registros do 2º Censo da
Diversidade, ainda apontam casos de bancárias que convivem com o problema, seja
dentro ou fora do ambiente bancário, assim como a desigualdade.
Fonte e Foto: FEEB/SP-MS
UGT - União Geral dos Trabalhadores