15/03/2022
O BRASIL possui, em 2022, o segundo pior salário mínimo
nacional do grupo de 32 (trinta e dois) países que integram a OCDE –
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, estando apenas à
frente do México. O melhor salário é o da Austrália que temi o salário mínimo
cinco vezes maior que do Brasil.
Segundo pesquisas do DIEESE – Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Econômicos o salário mínimo nacional necessário para
suprir o básico de uma família de 4 pessoas é hoje de R$ 6.000,00 (seis mil
reais). Isso para o básico da alimentação, moradia, transporte e educação.
O governo federal estabeleceu para 2022 o valor de R$
1.212,00 como sendo o valor do salário mínimo nacional. Isso representa um
valor cinco vezes inferior ao necessário.
Os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, visando amenizar essa situação estabeleceram um
salário mínimo regional para os trabalhadores desses estados.
A sociedade sul-mato-grossense está carente de uma política
de valorização da mão-de-obra de seu povo, pois apesar de ser um Estado pujante
do setor do agronegócio e apesar do período de pandemia ter gerado emprego e
visto a instalação de novas empresas, infelizmente, não debateu a importância
de implantação de uma política de compensação para os trabalhadores e para
sociedade como um todo.
Defendemos implantação de um salário mínimo regional, no
Mato Grosso do Sul, que diminua a distância entre a renda necessário e o
salário mínimo pago, pois os grandes empreendimentos que se instalaram aqui nas
últimas décadas sempre receberam incentivos fiscais, ou seja, deixaram de
recolher ICMS – Imposto de Circulação de Mercadorias em troca de emprego e
péssimos salários.
É necessário que os trabalhadores, os agentes políticos e os
movimentos sociais encontrem um caminho para implantar um salário mínimo
regional que visa diminuir a desigualdade social e possa melhor distribuir da
riqueza produzida aqui no Mato Grosso do Sul.
Defendo a implantação de um salário mínimo regional de R$
2.000,00 (dois mil reais), pois aqui é um paraíso fiscal para os grandes
empresários e um lugar de grandes injustiças social para seu povo.
Estamos há dez anos com a economia brasileira em crise. No
meu ponto de vista, um dos principais fatores é o baixo poder de compra do
salário mínimo nacional. Isso afeta diretamente o setor de serviço e as
pequenas empresas que são responsáveis pela maior parte dos empregos formais do
país. Podemos mudar isso, juntos, através do voto direto e a pressão popular.
Não existe economia de mercado sustentável a longo prazo sem
salários dignos. Por isso defendemos um salário mínimo regional de R$ 2.000,00.
Fábio Bezerra – presidente do Sindmassa/MS e advogado.
Sindmassa é um sindicato que representa trabalhadores do setor de alimentação
em 35 municípios de MS
Fonte Sindmassa/MS
UGT - União Geral dos Trabalhadores