11/03/2022
A inflação registrou alta de 1,01% em fevereiro de 2022,
sendo essa a maior variação para um mês de fevereiro desde 2015 (1,22%). O
índice ficou 0,47 ponto percentual acima do registrado em janeiro (0,54%) e, no
ano, acumula alta de 1,56%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (11), pelo IBGE. Nos últimos 12 meses,
o IPCA acumula alta de 10,54%.
Em fevereiro, os principais impactos vieram da Educação
(5,61%) e da Alimentação e Bebidas (1,28%).
“Em fevereiro, são incorporados no IPCA os reajustes
habitualmente praticados no início do ano letivo. Portanto esse foi o item que
teve o maior impacto no mês, com peso de 0,31 ponto percentual. O outro grupo
que pesou bastante no mês foi o de Alimentação e Bebidas, que acelerou para
1,28% e contribuiu com 0,27 ponto percentual. Juntos, os dois grupos
representaram cerca de 57% do IPCA de fevereiro”, ressalta o gerente da
pesquisa, Pedro Kislanov.
No grupo Educação (5,61%), o maior impacto (0,28 p.p.) veio
dos cursos regulares (6,67%), com destaque para o ensino fundamental (8,06%), a
pré-escola (7,67%) e o ensino médio (7,53%). Os preços dos cursos de ensino
superior e de pós-graduação subiram 5,82% e 2,79%, respectivamente. Os cursos
diversos, por sua vez, tiveram alta de 3,91%, sendo que a maior variação dentro
do item veio dos cursos de idioma (7,29%).
Já o grupo de Alimentação e Bebidas registra sucessivas
altas desde o início da atual série, em janeiro de 2020, sendo a única exceção
o mês de novembro de 2021, quando teve variação de -0,04%. Em 12 meses, esse
segmento acumula alta de 9,12%.
“Em fevereiro, o grupo de Alimentação sofreu impactos dos
excessos de chuvas e também de estiagens que prejudicaram a produção em
diversas regiões de cultivo no Brasil. Destacam-se, em particular, os aumentos
nos preços da batata-inglesa (23,49%) e da cenoura (55,41%). No caso da
cenoura, as variações foram desde 39,26% em São Paulo até 88,15% em Vitória.
Além disso, as frutas subiram 3,55%”, assinala Kislanov.
Por outro lado, foram registradas quedas nos preços do
frango inteiro (-2,29%) e do frango em pedaços (-1,35%), que também tiveram
recuos em janeiro, de -0,85% e -0,71%, respectivamente.
Já nos últimos 12 meses, o que mais pesou na alta da
inflação, de modo geral, foram os combustíveis, que acumulam avanço de 33,33%.
Mas, em fevereiro, esse item do grupo Transportes (0,46%), teve queda de 0,92%.
“O preço da gasolina recuou 0,47%, contribuindo com -0,03
ponto percentual no IPCA de fevereiro. Por outro lado, foram verificadas altas
nos preços do óleo diesel (1,65%). Em 12 meses, a gasolina acumula avanço de
32,62% e o diesel, de 40,54%. No mês, o etanol teve a queda mais acentuada, com
-5,04% de variação e -0,05 ponto percentual de impacto. Já o gás veicular subiu
2,77%”, pontua Kislanov.
Ainda no grupo dos Transportes (0,46%), a maior contribuição
(0,05 p.p.) veio dos automóveis novos (1,68%), cujos preços subiram pelo 18º
mês consecutivo. Além disso, os preços dos automóveis usados (1,51%) e das
motocicletas (1,72%) também seguem em alta. Outros destaques foram o seguro
voluntário de veículo (3,24%), o conserto de automóvel (0,92%) e o ônibus
urbano (0,45%), este último por conta dos reajustes nas passagens aplicados em
várias regiões de abrangência do índice.
INPC varia 1,00% em fevereiro
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu
1,00% em fevereiro, ficando acima do percentual de 0,67% registrado no mês de
janeiro. Essa também é a maior variação para um mês de fevereiro desde 2015,
quando o índice foi de 1,16%. No ano, o INPC acumula alta de 1,68% e, nos
últimos 12 meses, de 10,80%, acima dos 10,60% observados nos 12 meses
imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2021, a taxa foi de 0,82%.
“O grupo Educação tem menos peso no INPC, na comparação com
o IPCA. Com isso, as altas nesse grupo acabam impactando menos o resultado
final (0,22 p.p. no INPC contra 0,31 p.p. no IPCA). No INPC, os produtos
alimentícios passaram de 1,08% em janeiro para 1,25% em fevereiro. Os não
alimentícios também tiveram alta superior em fevereiro (0,92%) na comparação
com o mês de janeiro (0,54%)”, pontua Kislanov.
Todos os locais pesquisados tiveram alta de preços
No que diz respeito aos índices regionais, todas as áreas
pesquisadas tiveram alta de preços em fevereiro. O menor resultado foi
observado na região metropolitana de Porto Alegre (0,40%), em função da queda
nos preços da gasolina (-4,33%). A maior variação, por sua vez, ficou com o
município de São Luís (1,35%), principalmente por conta das altas dos cursos
regulares (7,67%) e dos itens de higiene pessoal (2,27%).
Sobre o IPCA
O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor
(SNIPC) produz contínua e sistematicamente o IPCA, que tem por objetivo medir a
inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo,
referentes ao consumo pessoal das famílias.
Atualmente, a população-objetivo do IPCA abrange as famílias
com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto a do INPC abrange as
famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, residentes nas áreas
urbanas das regiões de abrangência do SNIPC: regiões metropolitanas de Belém,
Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São
Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de
Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
Fonte: Agência IBGE
UGT - União Geral dos Trabalhadores