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17 de outubro: dia internacional do combate à pobreza


17/10/2011

17/10/2011
por Ricardo Patah
A União Geral dos Trabalhadores, UGT, é a central sindical da inclusão social e econômica. Adotamos esse compromisso, desde a nossa fundação há 4 anos, porque quando o movimento sindical organizado em torno dos seus sindicatos e centrais olha para fora ainda percebe um Brasil sem carteira assinada, sem acesso a renda, sem condições mínimas de dignidade humana.
Hoje ainda existem, para nosso constrangimento e vergonha sociais, cerca de 16,2 milhões de brasileiros que vegetam (pois é impossível classificá-los sequer como sobreviventes) com até 70 reais por mês, segundo dados do Censo 2010. Ou seja, com menos de R$ 2,33 por dia. Situação que é considerada pelo Ministério do Desenvolvimento Social como pobreza extrema. A região Nordeste é a mais afetada, com 18,1% dos brasileiros que lá vivem nesta condição.
Este cenário não é exclusivo do Brasil. Como nos ensinam os Titãs, na canção Miséria: Miséria é miséria em qualquer canto/Riquezas são diferentes". Tanto é que, em 17 de outubro de 1987, foi celebrado pela primeira vez, em Paris, o Dia Internacional de Combate à Pobreza.
A data é relembrada anualmente, porque a miséria tem se alastrado pelo planeta e é necessária a mobilização para sensibilizar a humanidade contra a fome, a violência e a miséria.
Em mensagem sobre esta data em 2010, Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, afirma que a crise econômica internacional lançou na pobreza cerca de 64 milhões de pessoas e o número de desempregados aumentou em mais de 30 milhões desde 2007. Ele alerta ainda que somente o acesso à educação, saúde e trabalho são capazes de reverter este quadro.
No Brasil, a UGT é defensora intransigente das políticas públicas em torno da Educação, Saúde e Trabalho. E apóia as decisões políticas e econômicas em torno do Bolsa Família e da valorização real do salário mínimo como um dos grandes fatores que retiraram da miséria grandes contingentes de brasileiros, estimados em mais de 30 milhões de cidadãos.
Mas ainda deixamos para trás, na fome de R$ 2,33 por dia, 16 milhões de brasileiros, o equivalente à população inteira do Estado do Rio de Janeiro. O que nos prova que mais do que as políticas públicas adotadas pelo governo brasileiro, que é essencial que ataquemos, de frente, a concentração de riquezas no Brasil.
O país possui uma das maiores concentrações de renda do mundo: a renda controlada pelas pessoas que são o 1% mais rico da população é praticamente igual à dos 50% mais pobres, segundo o Radar Social, pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em junho de 2005.
Os números são ainda piores quando se considera, além da renda, o patrimônio acumulado - imóveis, indústrias e empresas, bens de consumo e investimentos financeiros. De acordo com o Atlas de Exclusão Social, estudo anual de pesquisadores paulistas, constatou-se que 10% da população detém 75,6% da riqueza nacional. Sobram 24,6% dos bens e do dinheiro para ser divididos entre 165 milhões de brasileiros.
O que nos deixa como reflexão em torno da data 17 de outubro, o dia internacional do combate à pobreza, a necessidade imperiosa de mobilizar nossa cidadania, governos e políticos para melhorar a distribuição de renda através de salários decentes, redução da jornada para 40 horas, sem redução de salários, para ampliar o numero de vagas disponíveis.
Para avançarmos muito além do Bolsa Família, necessário mas paliativo, e da valorização do salário mínimo. Porque precisamos construir um Brasil muito mais justo e muito mais igual.
Ricardo Patah, é presidente nacional da UGT"


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