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É com imenso pesar que a União Geral dos Trabalhadores (UGT) comunica o falecimento do companheiro Valdir Vicente aos 83 anos. O falecimento ocorreu nesta terça-feira (15), no Rio de Janeiro, onde o sindicalista morava.

Figura ícone para a luta de classe brasileira, Valdir Vicente abriu as portas internacionais para o movimento sindical internacional, rompendo barreiras da distância e da língua para conhecer e implantar no Brasil estruturas sindicais internacionais, além de protagonizar negociações importantes para os trabalhadores brasileiros. “Equilibrado, negociador e muito corajoso, Valdir foi peça importante da relação internacional da CGT”, disse Antônio Rogério Magri, sindicalista e ministro do Trabalho.

“Conheci o Valdir em 77, quando ele era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro e as primeiras greves do ABC, eu, o Valdir e Negrão, dos Petroleiros, fomos arrecadar recursos, o chamado fundo de greve”, relembrou Magri.

Valdir Vicente foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, foi preso político e anistiado, diretor da CNTI, articulou a realização das ENCLAT-s (Encontros Estaduais da Classe Trabalhadora) e CONCLAT's (Conferências Nacionais das Classes Trabalhadoras).

O Sindicalista foi fundador da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores) e, posteriormente, com a fusão da central com a Social Democracia Sindical (SDS), Central Autônoma de Trabalhadores (CAT) e de um amplo grupo de sindicatos independentes, que resultou no nascimento da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Valdir assumiu a Secretaria De Políticas Públicas, De Assuntos De Migração E Assuntos Comunitários o sindicalista.

No movimento sindical brasileiro, Valdir Vicente foi um exímio defensor dos interesses da classe trabalhadora e dos direitos humanos, deixando um legado importante de luta e atuação em prol das classes trabalhadora e das pessoas em situação de vulnerabilidade, que é o caso que acontece com imigrantes.

O legado de Valdir Vicente é amplo e incalculável para o movimento sindical. Incansável articulador foi Secretário Geral da CCSCS (Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul) e, ao lado de Cícero Pereira da Silva, então Presidente do CTCS (Conselho dos Trabalhadores do Cone Sul), assinaram dia 22/08/11 a fusão entre a Coordenadora das Centrais Sindicais e Conselho de Trabalhadores do Cone Sul, na Sede da PIT CNT em Montevidéu durante a plenária da Coordenadora.

“Era profundo conhecedor da legislação de migração; era expert em integração sindical das Américas; foi presidente e secretário geral do ICT (escola de formação  sindical que capacitou milhares de dirigentes sindicais no país); foi fundador do Sindicato dos Aposentados e Pensionistas da UGT”, disse Canindé Pegado, secretário Geral da UGT.

“Perdi um grande amigo! Quem lembrar de Valdir, Pernambucano que foi trabalhar ainda jovem nos estaleiros do Rio de Janeiro e se tornou um dos maiores dirigentes sindicais do país, vai lembrar também do seu jeitão amigo, brincalhão e companheiro de todos”, lembrou Canindé.

Para José Francisco, presidente da UGT-Pará Valdir Vicente foi importante para o diálogo entre as várias correntes sindicais, com espírito conciliador conseguiu levar a bandeira do movimento sindical para área internacional, garantindo a participação e o respeito dos trabalhadores brasileiros num mundo globalizado. “Na minha opinião este foi um dos maiores negociadores do movimento sindical brasileiro”.

Nilson Duarte Costa, presidente da União Geral dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (UGT-RJ) ressaltou o grande homem e aguerrido sindicalista que foi Valdir Vicente. “Era uma pessoa formidável e de sorriso fácil, mas que não abria mão da postura firme que, muitas vezes, a atividade sindical exigia”.

Lembrou dos momentos de descontração e das atividades sindicais que exigiam ummais firmeza, em inúmeras oportunidades abriu mão

Segundo Ricardo Patah, presidente da UGT Valdir Vicente fará muita falta para o movimento sindical. “Uma pessoa fantástica e um grande articulador, escreveu seu nome na história do movimento sindical brasileiro e deixa um legado incalculável para toda a classe trabalhadora”, concluiu.