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A Comunicação sempre foi fundamental nas relações humanas, em especial, para todo o processo civilizatório. Há séculos, os sindicatos sabem que a melhor forma de avançar nas conquistas dos trabalhadores e contribuir para a consciência de classe, essa ferramenta é essencial. Hoje, mais do que nunca, a Comunicação adquiri caráter estratégico para o fortalecimento das entidades sindicais e, principalmente, para avançar nas conquistas políticas, sociais e econômicas das categorias.

E por compreender a Comunicação como fator estratégico, o Curso de Formação Político-sindical realizado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), em parceria com o Instituto Solidarity Center/AFL-CIO, dedicou o III Módulo apenas sobre esse tema. O Curso é realizado através da Secretaria de Organização e Formação Político-sindical, que tem como Secretário Chiquinho Pereira, Presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo, e como Coordenador Executivo o Professor e Sociólogo, Erledes Elias da Silveira.

Tudo Começa com a Imagem

A palestra sobre “Ativismo Digital”, realizada pelo Jornalista João Andrade, da Empresa Comunicação & Marketing Sindical e Político, abordou três temas importantíssimos para uma Comunicação Sindical ampla e efetiva: “Fotografia - Tudo começa com a imagem”; “Facebook: Como atingir os trabalhadores e trabalhadoras do meu local de trabalho?” e “Mecanismos para melhorar a comunicação dos(as) dirigentes com sua base de representação e militância Sindical”.

A construção da imagem dos(as) dirigentes e dos sindicatos é uma tarefa que passa pela comunicação sindical. Cuidar da imagem dos dirigentes e militantes sindicais que serão divulgadas é essencial para preservar a credibilidade e seriedade das ações desenvolvidas pelas entidades de classe, pois, a imagem pode afetar de forma positiva ou negativa.  

Como temos afirmado a todo momento, a Comunicação Sindical deve ser estratégica, principalmente neste momento de grandes ataques aos direitos, promovidos pela política neoliberal e antidemocrática do governo Bolsonaro e das corporações. É preciso informar sobre os interesses imediatos das categorias; Disputar a opinião popular sobre temas relevantes para a classe trabalhadora como, por exemplo, a importância da vacinação, do uso de máscara e de todas as medidas preventivas contra o coronavírus.

Formar a consciência de classe, lembrando que todos somos trabalhadores(as) e, portanto, estamos todos no mesmo barco. Um assunto atual que reflete a importância da consciência de classe é a famigerada Reforma Administrativa, de Bolsonaro. Enfim, é fundamental fortalecer o “lado” dos trabalhadores e trabalhadoras na disputa hegemônica e, para isso, debater com os trabalhadores(as) sobre as graves consequências de mais um mandato de Bolsonaro para a população brasileira, é essencial para evitar a total precarização nas relações de trabalho, o aumento do desemprego, da inflação, do avanço da miséria.

O Que, Quando e para Quem Comunicar?

Debater assuntos de interesse coletivo sob a ótica da classe trabalhadora leva ao conhecimento e ao despertar da consciência. Portanto, é preciso que as diretorias dos sindicatos promovam Debates, Rodas de Conversa e Palestras; Convide pessoas em seu “lugar de fala” como LGBTQIA+; Mulheres Negras; Políticos; Jovens, entre outros. Estes serão os espaços que dirão O que comunicar, Quando comunicar e Para quem comunicar.

Mas não basta saber responder as três questões acima. A Segurança Digital deve ser uma preocupação e prática constantes do Movimento Sindical. Sabemos que todas as interações que fazemos nas redes são armazenadas em tempo real. Não há filtro de armazenamento. Desde as interações em redes sociais até as mensagens trocadas, tudo é armazenado. Toda a informação intercambiada em aplicativos como WhatsApp, Twitter, Facebook, Instagram e outras plataformas passa pelos servidores de empresas com sede nos EUA, que por lei podem e obrigam essas empresas a compartilhar essa informação com as autoridades norte americanas.

É conhecido que as agências de inteligência dos EUA não apenas têm acesso aos metadados de cidadãos norte-americanos, mas, também de todo o mundo, a partir das empresas de tecnologia, mas utilizam esses dados de formas que vão muito além das prerrogativas que se pressupõe. O governo Bolsonaro, ao assumir o mandato, investiu de forma pesada na vigilância das organizações sociais, utilizando órgãos oficiais e tecnologias diversas.

Em sua última exposição, o Jornalista João Andrade chamou a atenção dos sindicalistas sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor em agosto. João orientou que os sindicatos solicitem orientações dos seus advogados sobre a LGPD, e façam as adaptações necessárias para Proteger os Dados dos sócios, da categoria e funcionários. A LGPD é necessária e deve ser utilizada pelas entidades para preservar não apenas os dados pessoais dos trabalhadores(as), mas, também suas imagens, opiniões, atividades políticas, entre outros.

Resultados Positivos e Avanços!

No processo de avaliação do Projeto de Formação Político-sindical para dirigentes sindicais e trabalhadores, inúmeros(as) sindicalistas deram depoimentos de como as aulas e os debates contribuíram para melhorar e avançar no fortalecimento do Sindicato: aumento do número de sindicalizações, maior participação em campanhas e movimentos para preservar vidas na Pandemia do Coronavírus, Inserindo mais Cláusulas Inclusivas nas Negociações Coletivas, mais investimentos na Comunicação, entre outras ações. Ou seja, o Curso de Formação Político-sindical está contribuindo, objetivamente, para o Fortalecimento dos sindicatos da UGT, graças a parceria com o Solidarity Center.