11/11/2021
O Curso de Formação Político-sindical é uma iniciativa da
União Geral dos Trabalhadores (UGT), em parceria com o Instituto Solidarity
Center/AFL-CIO, realizado através da Secretaria de Organização e Formação
Político-sindical, que tem como Secretário Chiquinho Pereira, Presidente do
Sindicato dos Padeiros de São Paulo, e como Coordenador Executivo o Professor e
Sociólogo, Erledes Elias da Silveira.
Com o tema chave “Comunicação como Instrumento para Sindicalizar e Reforçar o Poder dos Trabalhadores(as)”, teve início o Módulo III do Curso de Formação para dirigentes e trabalhadores da Região Sudeste do país. Neste Módulo, que ocorre do dia 08 ao dia 11 de novembro de 2021, em formato online, serão abordadas questões sobre a importância da Comunicação como fator estratégico para as lutas dos trabalhadores e fortalecimento dos sindicatos, diante das transformações que estão ocorrendo no Mundo do Trabalho.
Mídia e Poder: Comunicação a Serviço de Quem?
O tema “Mídia e Poder – Comunicação a Serviço de Quem?” e
as “10 Estratégias de Manipulação da Comunicação/Massa”, foi exposto pela
Filósofa e Sindicalista Marina Silva. Logo no início, ela chama a atenção para as
“Visões de Mundo existentes no Contexto Atual”, como a Cibernética representadas
pelas BIG TECHs (empresas de tecnologia); a “Visão Mercadológica”, representada
pelas Grandes Corporações; e a “Visão Contextual”, representada pela Sociedade.
Marina ressalta que as instituições que dão sustentação a
estas duas visões de mundo, Cibernética e Mercadológica, originam uma rede de
poder corporativo global; onde as empresas multinacionais e/ou transnacionais
dão materialidade ao projeto neoliberal e significa a emergência de um novo
regime de acumulação de capital. Essas corporações, muitas delas têm um capital
superior ao PIB de inúmeros países, controlam de forma organizada uma cadeia produtiva
gerando um grande poder econômico, político e cultural.
A filósofa explicou que nos anos 90, empresários e políticos se reuniram para implementar a sociedade 20 por 80 ou o que chamaram de “Sociedade de um Quinto” e nela os Sem-emprego teriam de ser controlados por meio do tal “entreTeTanimento”. A mídia também é uma das indústrias do entreTeTanimento. A vinculação da mídia com o Sistema Corporativo Mundial é, em grande parte, indireta, mas muito importante. As campanhas de publicidade veiculadas promovem incessantemente comportamentos e atitudes, centrados no consumismo obsessivo dos produtos das grandes corporações. Portanto, as empresas poderosas e a Mídia Corporativa dormem na mesma cama.
A Comunicação como Ação Sindical
Comunicação sindical e sociedade – Como estamos nos comunicando?
A sociedade tem Clareza dos nossos objetivos e propósitos? Esse tema foi
exposto por Gustavo Garcia, Oficial de Programa do Solidarity Center para o
Brasil e América Latina. Gustavo começa fazendo perguntas interessantíssimas: O
que a sociedade pensa sobre os sindicatos? Como nossos sindicatos se comunicam
com a sociedade?
Para responder essas questões é preciso compreender que a
“Ação” do Sindicato é, também, uma forma de Comunicação importante para gerar
experiências positivas de sindicalismo em nossas comunidades. Compreender que a
Comunicação com a Sociedade pode ser dada através das inúmeras lideranças
filiadas a entidade, ou através de Incidências nas Políticas Públicas, participando
da vida política nos municípios, de Conselhos de Saúde, de Educação, Meio
Ambiente, entre tantas maneiras.
Portanto, a Comunicação pode acontecer de várias formas e,
no atual contexto, mais do que nunca, o Movimento Sindical precisar ampliar
seus horizontes e entender que a luta de classes ocorre na disputada das ideias
e, neste sentido, é preciso debater as nossas ideias com os trabalhadores(as), nos
locais de trabalho, nos bairros onde moram, nas suas organizações esportivas,
enfim, onde houver trabalhadores(as) com demandas e que a Ação do Sindicato
possa contribuir para resolvê-las.
Infelizmente, os ataques do governo ao Sistema Sindical
brasileiro, retirando sua sustentação financeira, promovendo a mais terrível
campanha de desqualificação dos sindicatos e dos sindicalistas, com o apoio da Grande
Mídia, contribuíram para que essas entidades sofressem problemas de
invisibilidade e estereótipos negativos nas mentes do público.
A quebra desses estereótipos, funciona tanto com nossos
afiliados quanto com o público. Sabemos disso pela experiência de organização
de nossos colegas no local de trabalho. Trabalhadores que não gostam do
sindicato são mais aptos a mudar de ideia quando o sindicato se dedica a: Entender
quais são os problemas e prioridades do trabalhador(a); organizar grupos de
trabalhadores para tomar atitudes sobre as questões que lhes importam e promover
mudanças reais, que podem ser simples, desde que sejam sentidas pelos
trabalhadores(as).
A chave é AGIR nas questões que importam, tanto no local de
trabalho quanto na sociedade. ENVOLVER o trabalhador na vida do sindicato, e
ENVOLVER o sindicato na vida da sociedade. É pela nossa AÇÃO que nos
comunicamos mais efetivamente com a sociedade, porque ação que envolve a
comunidade cria experiências que podem quebrar os estereótipos negativos e a
invisibilidade do sindicalismo, reafirma Gustavo.
UGT - União Geral dos Trabalhadores