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Desoneração da Folha: por empregos e dignidade


09/11/2021

Tema recorrente nas pautas dos jornais televisivos e impressos do país, a desoneração da folha foi atropelada por outros debates, mas de longe deixou de ser motivo de muita preocupação ao empresariado dos setores envolvidos, assim como, ao Governo Federal e aos que trabalham nos 17 setores envolvidos. 


Ao empresariado, porque impacta diretamente nas folhas de pagamentos, o que por sua vez acarreta em maiores despesas, já para o Governo, trata-se de maior arrecadação. 


Nesse “cabo-de-guerra” existem consequências negativas anunciadas, e como a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco, cabe aos trabalhadores (as) se munir de informações, pois o que está em jogo são empregos e o sustento de inúmeras famílias. 


Dos setores envolvidos, calçados, confecção/vestuário, construção civil, fabricação de veículos e carroçarias, têxtil, TI (tecnologia da informação) e outros 11, incluindo, os call centers, ou seja, estamos falando de um universo de mais de 6 milhões de empregos diretos.


E aí nos perguntamos, o que isso faz de diferença em nossas vidas, nas vidas dos trabalhadores e trabalhadoras e de suas famílias?

O impacto é monstruoso. Para se ter uma ideia, só no segmento das Centrais de Chamadas, que é responsável por 1,5 milhão de empregos, inúmeros postos estariam em risco caso a desoneração da folha acabe, pois está ligada diretamente a redução do custo de contratações formais e a geração de postos de trabalho mais produtivos e com maior proteção social. E neste caso, estamos falando de um setor que contrata grande número de jovens, mulheres, negros e uma população LGBTQI+, que já encontram imensas dificuldades de serem absorvidas no mercado de trabalho.


Num momento de grande vulnerabilidade econômica, com quase 15 milhões de desempregados, isso sem citar os desalentados, que elevariam esse número para 21 milhões de pessoas, uma economia em frangalhos, assombrados pelo fantasma da estagflação - onde o país apresenta uma combinação de estagnação econômica e o aumento da inflação - o cenário só tende a se agravar com o aumento no número de demissões. 


O que é inadmissível, até mesmo vindo de um governo como esse, que sabemos ser totalmente descompromissado com os anseios da classe trabalhadora.


Ou seja, o fim da DESONERAÇÃO DA FOLHA impactará diretamente nos empregos de diversas categorias, e caso não seja aprovada, estima-se que em médio prazo, cerca de 1 milhão de profissionais em telecomunicações, tecnologia da informação e call center perderão seus empregos. Isso sem contar o impacto nos demais setores envolvidos.


Além disso, estudos apontam que com o fim da desoneração, transportes e alimentação terão aumento de 10%, num primeiro momento. O que pode agravar, ainda mais, o cenário que já estamos vivenciando com o aumento de itens da cesta básica, combustíveis, energia elétrica e outros itens tão necessários para a subsistência. 


Diante do quadro dramático, a UGT (paulista e nacional), assim como diversas entidades de classe, têm realizado um trabalho para conscientizar as categorias envolvidas, assim como, esclarecer a opinião pública sobre a importância da defesa desse tema, exclusivamente num momento onde o país atravessa uma situação econômica desfavorável, grandes taxas de desemprego e índices inflacionários que já ultrapassam dois dígitos. Mas que ainda pode piorar e impactar negativamente a vida dos trabalhadores e trabalhadoras envolvidos e de diversas famílias, agravando mais a situação caótica que já estamos presenciando caso a desoneração aos setores envolvidos não seja prorrogada. Quem (sobre)viver, verá...


*Marcisio Moura - diretor de Comunicação e Imprensa – UGT-SP e Diretor de Relações Institucionais, Comunicação e Imprensa do Sintratel-SP;




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