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É preciso ampliar a luta nas Negociações Coletivas


04/10/2021

Mais um Módulo finalizado do Projeto de Formação Política para dirigentes sindicais da Região Sul do país, que vem sendo realizado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), em parceria com o Instituto Solidarity Center/AFL-CIO, através da Secretaria de Organização e Formação Político-sindical.

Nos dois últimos dias do Curso (29 e 30/09), foram abordados temas de fundamental importância para os trabalhadores na atual conjuntura política, aprofundando situações como Saúde Mental, questões de Gênero, Raça, Orientação Sexual, Saúde e Segurança no Trabalho e Técnicas de Negociação Coletiva.

Saúde Mental e Trabalho no Contexto da Pandemia

Antes de aprofundar o tema “Assédio Moral e Saúde Mental no Trabalho em Tempos de Pandemia”, a professora Andreia De Conto Garbin, Psicóloga, Doutora em Saúde Pública, professora da PUC/SP e Universidade Presbiteriana Mackenzie, chama a atenção para o fato de que a “valorização do humano está distante nas relações de trabalho” e que estamos cada vez mais próximos da “Desumanização do Trabalho”, mesmo antes da pandemia. O Assédio Moral e os problemas da Saúde Mental só foram intensificados durante este período.

Em um cenário em que o distanciamento social reduz, significativamente, a transmissão comunitária do vírus, diversas categorias profissionais ficaram expostas à doença, em especial os agentes da linha de frente dos cuidados com a saúde, e todos que precisaram sair de suas casas para o trabalho vinculado às atividades essenciais ou os informais; Outra parcela de trabalhadores foram trabalhar em casa, Home Office; e outros milhões tiveram seus salários reduzidos para menos da metade ou perderam o emprego, gerando as condições necessárias para o aumento do Assédio Moral e das Doenças Mentais entre esses profissionais.

Portanto, é preciso que os Sindicatos e as Centrais Sindicais percebam e tragam para o campo das reivindicações dos trabalhadores, nas Negociações Coletivas, cláusulas que combatam qualquer tipo de Assédio e evitem o avanço das Doenças Mentais como a depressão, por exemplo, que tem atingido um número assustador de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros. Além da violência fora dos locais de trabalho, o medo do desemprego, medo da contaminação e de morrer. Afinal, são quase 600 mil pessoas mortas pela Covid 19, em um país cujo governo é um negacionista convicto.

Temas Transversais na Negociação Coletiva: Gênero, Raça, Diversidade e Etnia

A exposição desse Painel foi realizada pela Secretária Adjunta de Gênero da UGT e Diretora da FENATEL, Maria Edna Medeiros; pela Secretária da Diversidade Humana da UGT Diretora da UGT RJ, Ana Cristina Duarte; e por Cleonice Caetano, Secretária de Saúde e Segurança no Trabalho da UGT e Diretora INSPIR.

Ao falar sobre “Gênero e Negociação Coletiva, Maria Edna cita a famosa frase de Laís Abramo que, na nossa opinião, resume toda problemática da questão de gênero: “A igualdade de gênero no mundo do trabalho pode ser vista por três ângulos complementares:  é um tema de direitos humanos e faz parte das condições essenciais para atingir uma democracia efetiva; é um tema de justiça social e diminuição da pobreza, na medida em que é condição para ampliar as oportunidades de acesso a um trabalho decente; é um tema de desenvolvimento social  e econômico, na medida em que promove a participação das mulheres na atividade econômica e  na tomada de  decisões relativas à formulação de políticas de desenvolvimento que respondam adequadamente aos objetivos da igualdade.” Portanto, é urgente a compreensão do Movimento Sindical sobre esse tema e intensificar a luta pela Igualdade de Gênero nas relações de trabalho, nas Negociações Coletivas das categorias.

Ana Cristina Duarte, ao expor sobre a questão racial no Mundo do Trabalho, faz um resgate histórico da luta feminista e dos negros em nosso país, emergentes nas décadas de 1970 e 1980, onde vários grupos foram formados com o intuito de unir os jovens negros e denunciar o preconceito. Protestos e atos públicos, das mais diversas formas, passaram a ser realizados, chamando a atenção da população e dos governos para o problema social existente como, por exemplo, a manifestação que ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, que resultou na formação do Movimento Negro Unificado (MNU), em 18 de junho de1978.

O desrespeito as Diversidades Humanas nas relações de Trabalho sempre existiram, seja por motivos de gênero, raça, idade, contra as populações Indígenas, população LGBTQIA+, ou pessoas com Deficiência. Porém, é fato que nos últimos períodos, as ameaças aos direitos e a uma vida digna para esses trabalhadores têm se acentuado, exigindo dos sindicatos melhores e maiores ações, para garantir nas Relações de Trabalho a igualdade de direitos, independente de gênero, raça, de orientação sexual, de ser Indígena, pessoa com necessidades especiais ou quaisquer outras diferenças. Infelizmente, todos sabem que a classificação da Pirâmide Social no Brasil se apresenta da seguinte forma: 1º os Homens Brancos, 2º as Mulheres Brancas, 3º os Homens Negros e na base da Pirâmide as Mulheres Negras.

Cleonice Caetano, ao abordar os “Temas Transversais, na Negociação Coletiva, como Gênero, Raça, Diversidade e Etnia” ressaltou que são poucos os sindicatos que tratam essas problemáticas nas Pautas de Reivindicações dos Trabalhadores, dificultando a ampliação desses direitos nas Negociações Coletivas das categorias. Para ela, é fundamental incorporar as prioridades transversais nas relações, no ambiente de trabalho e nos processos institucionais internos.

A sindicalista deixa clara a sua preocupação com essa realidade, por entender que essas Temáticas são, mais do que nunca, de grande importância e relevância para a agenda sindical na atualidade e que, portanto, são Temas que precisam estar no eixo do debate principal e não colocados em segundo plano, pois Impactam a vida de milhões de trabalhadores(as) e cidadãos(ãs), vítimas de preconceitos, vítimas de discriminações e violências, em função da sua orientação, de sua identidade sexual, raça, etnicidade, credo, ou classe social. Cleonice fez questão de registrar que em diversos locais de trabalho ocorrem discriminações, motivadas pelo preconceito e pela intolerância. Ressaltou ainda que, nesse longo caminho, o sofrimento da vítima perpassa na busca de oportunidades, em entrevistas, no recrutamento, nas promoções, em demissões ou exonerações, em transferência de área, até as condições de trabalho.

Negociação Coletiva: Importante Ferramenta para Fortalecer a Luta!

Na sua exposição, a professora Luciana Nascimento, além de abordar os Conceitos e Técnicas Básicas de Negociação, orientou os sindicalistas para tomarem conhecimento e ficarem atentos às Recomendações do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) referentes aos modelos de trabalho home office e teletrabalho.

Podemos definir Negociação, como “Um processo no qual duas ou mais partes buscam um acordo para determinar o que cada uma delas deverá dar e ganhar, ou fazer e receber, numa transação entre elas”. A negociação coletiva é a principal forma de ajuste dos interesses entre um ou mais sindicatos de trabalhadores e um ou mais sindicatos de empregadores. Tem como objetivo estabelecer condições de trabalho que atendam aos interesses mútuos de empresas e trabalhadores. É uma ferramenta essencial para a modernização das relações do trabalho que pode ser bom para ambas as partes.

Agradecimentos aos Sindicalistas

Ao final das exposições, o professor Erledes Elias da Silveira, Coordenador Executivo da Secretaria de Organização e Formação Político-sindical da UGT Nacional, agradeceu a participação dos(as) sindicalistas, em nome do presidente Ricardo Patah, do Secretário Chiquinho Pereira e do diretor do Solidarity Center, Gonzalo Martinez De Vedia. Erledes da Silveira ressaltou a importância da formação e do conhecimento na luta em defesa dos direitos e por melhores condições de vida para as trabalhadoras e trabalhadores do nosso país. Ele informou que o III e último Módulo do Cursos para as Regiões Sudeste e Sul será realizado na primeira e última quinzena de novembro, respectivamente.








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