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Bolsonaro já fez de tudo. Só falta governar o Brasil


31/08/2021

O decantado “ministério técnico”, que seria um diferencial na gestão governamental, deu lugar a personagens bizarros cujas declarações têm comprometido a imagem do governo


Desde a posse, em 1º de janeiro de 2019, Jair Bolsonaro tem se notabilizado pelo desempenho de inúmeros papéis: desdenhou da pandemia, no começo de 2020, promoveu motociatas e aglomerações por onde andou, atacou as medidas de distanciamento social e bancou afirmações que acabaram desmentidas, como uma suposta fraude nas eleições de 2018, quando foi eleito o 38º presidente da República do Brasil. Bolsonaro só não governou o país. Até agora, o Brasil tem sido governado por meio de medidas provisórias e portarias, sem enfrentar o problema central de nossa economia, que é desemprego, e perdendo o controle da inflação, que não para de crescer. Decepcionados com o político que prometeu um governo diferente de seus antecessores, os brasileiros perguntam: Quando Bolsonaro deixará a campanha eleitoral de lado e governará o país?


Desde o início de 2020, quando as vacinas ainda estavam em fases iniciais de testes, o presidente da República menosprezava a importância da vacinação e não poupou críticas à Coronavac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, que depois seria adquirida pelo governo federal, sendo hoje o imunizante mais aplicado no país. 


Em 22 de outubro de 2020, ao defender a não-obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19, Bolsonaro afirmou em entrevista que não pretendia se imunizar contra a doença causadora da pandemia mundial, caso a única opção fosse a vacina produzida pelo Instituto Butantan.Continua depois da publicidade


Em 4 de março de 2021, enquanto conversava com sua base de eleitores durante visita à Uberlândia/MG, o presidente atacou aqueles que pedem para que o governo federal adquira mais vacinas. Segundo ele, são "idiotas das redes sociais" e que comprará “só na casa da tua mãe”.


“MINISTÉRIO TÉCNICO” OU SHOW PIROTÉCNICO


O decantado “ministério técnico”, que seria um diferencial na gestão governamental, deu lugar a personagens bizarros cujas declarações têm comprometido a imagem do governo. Sem falar que não conseguem articular a administração pública do Brasil e são notícia menos pelas políticas propostas e mais pelos pronunciamentos dos ministros, na maioria das vezes fora da realidade.Continua depois da publicidade


Titulares dos ministérios da Economia, Saúde e Educação proferiram barbaridades, que chocaram os brasileiros e provocaram reações negativas. Paulo Guedes, ministro da Economia, questionou qual seria o problema de a energia ficar “um pouco mais cara porque choveu menos”. Milton Ribeiro, ministro da Educação, chegou a dizer que alunos com deficiência “atrapalham” o aprendizado de outros estudantes. E Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, disse ser contra o uso obrigatório de máscara por lei e revelou que o ministério estuda a suspensão da obrigatoriedade.


NEGACIONISMO ECONÔMICO


Nem mesmo com a Bolsa de Valores oscilando e o mercado sinalizando preocupação com o cumprimento do teto dos gastos, Bolsonaro não baixou o tom no conflito que estimula entre os três poderes. A alta do dólar, que já foi negociado a R$ 6 nas casas de câmbio neste ano e que acumulou alta de 4,8%, em agosto, coloca a moeda americana cotada na faixa dos R$ 5,60. Tudo por causa da instabilidade das instituições e da incerteza econômica com a crise política.Continua depois da publicidade


Analistas já preveem a inflação fechando em 7,11% este ano, bem acima do teto da meta que o BC deveria perseguir, de 5,25%. O centro da meta para o ano é de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Só os preços dos alimentos e bebidas, que mais impactam no orçamento das famílias, por exemplo, subiram 16% entre julho de 2020 e o mesmo mês deste ano, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).


O risco de que o governo abandone a responsabilidade fiscal de vez por causa de programas eleitoreiros cresce com a degradação dos indicadores. A inflação deste ano está na casa dos 4,7%, enquanto o acumulado dos últimos 12 meses se aproxima de 9% (8,99%). O próprio BC já espera por uma inflação de 7,11% em 2021 — no que seria a taxa mais alta desde 2015. 


O “DIA D”, EM 7 DE SETEMBRO


Apostando tudo no feriado de 7 de setembro, quando estão programadas manifestações bolsonaristas por todo o país, o Dia da Independência, portanto, deve se tornar o dia D do presidente e de seu governo.


Mesmo com a possibilidade do comparecimento de policiais militares nos atos, nem todos, no entanto, veem o presidente da República com bons olhos. O ex-comandante da Polícia Militar Glauco Carvalho classificou Bolsonaro como “a pessoas mais despreparada para ocupar função pública ou militar”.


“Servi dentro do Exército por três anos como oficial de ligação da Polícia Militar de São Paulo. Havia uma grande ojeriza ao capitão Bolsonaro. Não entendo o que aconteceu nesses 25 anos, pois se há uma pessoa despreparada para o exercício da função política e para a função militar, essa pessoa é Jair Bolsonaro", disse.


Mais um cenário de aglomerações e desrespeito às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de especialistas em saúde pública. A sociedade brasileira, então, pergunta: Quando Bolsonaro vai governar o Brasil?




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